O Criciúma terminou o Campeonato Brasileiro - após os 2 a 0 de ontem diante do Sampaio Corrêa - a quatro pontos da zona de rebaixamento, em 14º lugar. No Campeonato Catarinense, as quatro vitórias nas quatro últimas rodadas mascararam uma luta contra o rebaixamento, e o quarto lugar na classificação geral disfarça um pouco o vexame que o Tigre quase proporcionou. Foi um ano em que, nos números absolutos, o Tigre mais perdeu que ganhou.
O ano do Criciúma
58 jogos, 18 vitórias, 21 empates, 19 derrotas, 67 gols marcados, 69 gols sofridos, aproveitamento de 43,1%
Vestiram a camisa do Tigre nos 58 jogos oficiais exatos 47 jogadores, desde Elvis, o que mais atuou, em 49 partidas, até Marcinho Júnior, Matheusinho e Arthur, com apenas uma partida.
Os que mais jogaram:
Elvis - 49 jogos, Nino - 46, Luiz - 44, Jean Mangabeira - 39, Alex Maranhão - 38, Andrew - 36, Sandro - 36, Marlon - 34, João Paulo - 31, Sueliton - 30, Liel - 29, Zé Carlos - 29, Eduardo - 27, Vitor Feijão - 27, Luiz Fernando - 26
Entre os autores dos 67 gols tricolores, o artilheiro geral do ano foi Zé Carlos, que marcou dez vezes, seguido pelo volante Liel, com oito gols. Foram 17 jogadores diferentes marcando gols pelo tricolor neste ano.
Os artilheiros de 2018
Zé Carlos - 10 gols, Liel - 8, Elvis - 6, João Paulo - 6, Vitor Feijão - 6, Alex Maranhão - 5, Mailson - 5, Sandro - 5, Andrew - 4, Eduardo - 3, Lucas Coelho - 2
Uma temporada de muitos cartões. Foram 117, recebidos por 32 jogadores, sendo Jean Mangabeira o mais advertido, 15 vezes, seguido por Sueliton, com 14, e Elvis, 11 amarelos.
Os cartões amarelos
Jean Mangabeira - 15, Sueliton - 14, Elvis - 11, Douglas Moreira - 10, Marlon - 10, Eduardo - 9, João Paulo - 9, Andrew - 8, Liel - 8, Nino - 8, Sandro - 8 cartões
Entre os cartões vermelhos, o Criciúma teve 15 expulsões na temporada. Marlon, o campeão, tomou quatro cartões vermelhos. Foram três para Elvis e Zé Carlos. Levaram um cartão Alex Maranhão, Barreto, Iago, Jean Mangabeira e Vitor Feijão.
"Não tem o que comemorar. Não era para estar nessa situação. O Criciúma é grande. Não tem que comemorar. Não era mais que obrigação dentro de casa", disse o lateral direito Sueliton ontem, após os 2 a 0 contra o Sampaio Corrêa. "Vamos esperar o ano que vem. O que eu desejo para o clube são títulos, fomos campeões aqui e sentimos o que essa torcida", completou.
Campeonato Catarinense, 4º lugar
18 jogos, 7 vitórias, 5 empates, 6 derrotas, 20 gols marcados, 18 gols sofridos, aproveitamento de 48,1%
O atacante Patrick entrou ainda no primeiro tempo da partida contra o Sampaio. Um dos sete jogos dele com a camisa tricolor. E no segundo tempo ele perdeu uma grande chance de gol. "Tive a chance. Sempre treinei forte, estou feliz pelo empenho da equipe, a gente merece coisa melhor. Infelizmente tivemos algumas adversidades no campeonato".
O volante Ronaldo veio durante a Série B, com aval do técnico Mazola Júnior. Fez ontem o último dos seus 12 jogos no Criciúma. "Não foi o ano que a gente esperava, até pela reação da metade do campeonato, mas saio com o sentimento de ter deixado o Criciúma na Série B para que no próximo ano possa conseguir esse acesso", disse o volante.
Campeonato Brasileiro, 14º lugar
38 jogos, 11 vitórias, 14 empates, 13 derrotas, 45 gols marcados, 49 gols sofridos, aproveitamento de 41,2%
O goleiro Belliato fez defesas importantes novamente. Foi uma das 12 partidas do jogador emprestado pelo Tubarão. "Graças a Deus, acabou o sufoco. Não era para o Criciúma passar por isso, mas o futebol tem dessas coisas. Agora a sensação é de alívio, complicado você jogar em um clube como o Criciúma e brigar para não cair, a pressão é muito grande. Agora eu quero ir para casa curtir a minha filha que vai nascer", disse Belliato, que sofreu 19 gols pelo Tigre.
Além de ter sido o jogador com mais cartões amarelos no ano do Criciúma, Jean Mangabeira foi o quarto que mais jogou: 39 das 58 partidas. Ele valorizou o papel do torcedor na despedida de ontem. "É bom ver o estádio desse jeito, o torcedor lotando, isso faz diferença e facilitou muito o nosso trabalho, a torcida".
Copa do Brasil, 47º lugar
2 jogos, 2 empates, 2 gols marcados, 2 gols sofridos
E Zé Carlos, ao que tudo indica, despediu-se do Criciúma. "Eu quero descansar. Foi uma pressão muito grande", disse o atacante, após o jogo e o gol de cabeça contra o Sampaio Corrêa. Zé encerrou a temporada totalizando, na soma das três passagens, 67 gols em 109 jogos pelo Criciúma. Consolidou-se como terceiro maior artilheiro da história do clube, atrás de Soares, com 82, e Vanderlei, 84 gols. Abaixo, o gol dele ontem.
"Comemorar esse tipo de permanência é difícil. Sou acostumado a brigar por objetivos, rebaixamento não me empolga", disse Zé. Sobre o gol marcado ontem, muitos elogios ao lateral Marlon, autor do cruzamento. "Conheço o Marlon desde 2012, é um amigo meu, podemos ajudar ele com o cruzamento e eu com o gol".
O atacante aproveitou para se justificar perante aos críticos. Quero agradecer todos que compareceram e todos os que me criticam. Tenho 35 anos e posso jogar mais que eu estou jogando, sei que estou em um desgaste físico muito grande. Muitas vezes eu errei mas sempre buscando ajudar o Criciúma. Quem me conhece sabe do meu caráter, tudo o que passamos aqui a gente merece ficar na Série B".
Confira as entrevistas que fizemos no Futebol Som Maior com os jogadores na saída de campo, após a partida de ontem.
Marlon viveu um ano difícil. Quatro expulsões durante a Série B forçaram uma volta por cima. Ele não fala do assunto, mas chegou a pensar em encerrar a carreira durante a temporada. Conseguiu reagir e terminou o ano com o bonito cruzamento para o gol decisivo de Zé. "Uma jogada que só de eu olhar para o Zé ele sabe onde eu vou colocar. Fui muito feliz no passe, encontrei ele de frente para o gol e ele foi muito feliz na conclusão".
O lateral reconheceu que Mazola teve papel preponderante na sua reação no ano. "Eu tive um começo muito abaixo do esperado, aquelas expulsões me prejudicaram um pouco. Mas o Mazola sempre procurou conversar comigo, eu fui recuperando a minha autoestima e desenvolvendo o meu futebol. De uns tempos para cá venho melhorando e ajudando a equipe a sair dessa situação".
Ele foi um dos que destacou que nada havia a comemorar com o resultado e a fuga do descenso. "Um clube do tamanho do Criciúma não pode estar passando por isso. Não tem o que comemorar não. Tem que só pedir desculpas ao torcedor, esperava muito desse time, temos um elenco muito bom, mas infelizmente não deu resultado. Mas agora é o clube se planejar para não passar mais por isso". Ouça abaixo a entrevista coletiva com Marlon.
O jogo marcou a despedida de Alex Maranhão do Criciúma. O próprio jogador anunciou isso após a partida, em entrevistas e também nas suas redes sociais. Foi dele o passe para o último gol da temporada, anotado por Elvis.