Ontem foi realizada a reunião do Conselho Consultivo do Criciúma. Ex-presidentes da executiva e do Conselho Deliberativo foram ouvidos. Em pauta, a busca de alternativas para o futuro do clube depois do fim da parceria com a GA e da gestão do presidente Jaime Dal Farra, que vai ocorrer quando a temporada acabar, lá por dezembro ou janeiro.
A reunião contou com a presença de apenas três ex-presidentes: Milton Carvalho, Voimer Conti e Guido Búrigo. Guido representou Moacir Fernandes. Sobre ela, escrevo mais abaixo.
Antenor e Vadão
Muitos queriam colocar na conversa da sucessão um nome histórico do Criciúma, e pivô da última grande guinada do Tigre: Antenor Angeloni. Ele segue silencioso, recluso, e assim deverá continuar, a exemplo do seu irmão Arnaldo. Está, conforme os mais íntimos da família, descartado qualquer retorno deles à rotina do Tigre.
Um canal que temos, vez por outra, para saber algo do ex-presidente é a professora Maria Inês Salvador Cesca, mãe da Vandressa, a esposa de Antenor. Ela fez uma postagem ontem nas redes sociais referindo Antenor. Ela mencionou a tristeza dele com a morte do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, a quem chamou de amigo. Foi com Vadão como técnico que Angeloni e o Criciúma ganharam o último título tricolor, o Campeonato Catarinense de 2013. Confira abaixo a postagem:
E o futuro?
Sobre o futuro do Criciúma, conversei nesta manhã, na Som Maior, com o presidente do Conselho Deliberativo. Carlos Henrique Alamini segue reticente e sem novidades. "É muito cedo para a gente ter uma proposta de administração do Criciúma", falou. "Nós nos reunimos para começarmos a enriquecer uma nova gestão, mesmo sabendo que tudo isso vai ser analisado e aprovado no Conselho. Fizemos a reunião com os ex-presidentes buscando informações, para termos um norte", destacou.
Alamini entende que a reunião foi importante, embora não contando com muitos ex-presidentes participando. "Vamos fazer outras reuniões. Enquanto não tivermos uma proposta oficial vamos em busca de alternativas. O que não pode acontecer é chegar no fim de dezembro sem uma solução", destacou. Ele entende que o Criciúma "caminha a passos largos rumo a uma solução".
Para o presidente do Conselho, "o bom Estatuto" que o Criciúma tem garante a manutenção da estrutura. "A proposta que vier será analisada pelo Conselho, a melhor será aprovada", diz. "O que tem que ter é o dinheiro na frente com a proposta de gestão atrás", responde, quando indagado sobre o modelo a ser adotado: se um presidencialismo ao modo antigo, se uma S.A. ou se uma parceria ao estilo GA. "O que importa agora é respaldo financeiro", sublinha.
O contrato atual garante ao Criciúma a entrega da gestão sem dívidas no fim da parceria com Jaime Dal Farra. "O clube volta realmente zerado e com patrimõnio 100% dele. Para o investidor, ele teve a oportunidade de obter lucro. Lógico, ter um bom time e automaticamente ter retorno disso aí", reforça. "As duas partes foram muito felizes no atual contrato, e até dezembro haja essa transição e que a gente não vai ter problemas nessa transição até o fim do ano", salienta.
Surgiu algum candidato a investidor?
"Desde que eu me conheço como presidente do Conselho, sempre há especuladores", diz, quando questionado sobre interessados. "Mas tinha o contrato do Jaime. No dia 13 de maio recebemos o pedido de rescisão e no dia seguinte, já recebemos especulação. Mas nada com muita base. Simplesmente interessados em passar para algum empresário e investidor", revela.
Alamini lembra que os balanços do clube estão em dia. Ou seja, transparência para o futuro gestor. "Para início de conversa, não precisa nem procurar a diretoria, já está tudo na página do clube na internet. A partir daquilo ali vem a proposta e a negociação. Mas por enquanto, sobre futuros parceiros, só especulação", garante. "Na hora certa a gente divulga isso", conclui.
Ouça a entrevista no podcast: