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Caso Lula: O favor que o Favreto fez

As últimas 24 horas colocaram o Judiciário brasileiro no divã. A liberdade a Lula proporcionou uma fratura exposta nas relações políticas envolvendo os agentes da Justiça

Por Denis Luciano 09/07/2018 - 10:50 Atualizado em 09/07/2018 - 10:55

Em uma entrevista à Rádio Guaíba de Porto Alegre, ontem à tarde, o desembargador Rogério Favreto explicou as razões da sua decisão, de mandar soltar o ex-presidente Lula, ainda aprisionado em Curitiba. A medida não teve efeito, conforme expôs toda a novela que inundou a mídia nas últimas 24 horas. Na explicação, Favreto argumentou que Lula é candidato a presidente, e como tal tem direito de estar em liberdade para fazer campanha. Ouça a fala dele à Guaíba no podcast abaixo e tire as suas conclusões.

Nós tiramos as nossas conclusões. Estão abaixo, em texto e áudio do editorial desta segunda-feira no Jornal das Nove da Som Maior.

Rogério Favreto, o desembargador que desnudou o rei

O favor que o Favreto fez.

Ontem o Judiciário brasileiro proporcionou cenas no mínimo dantescas para tentar resumir sutilmente o domingo histórico para a Justiça brasileira. Pela manhã, o desembargador federal plantonista do TRF 4, Rogério Favreto, decidiu conceder a liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda preso em Curitiba. Em seguida, o juiz Sérgio Moro respondeu, dizendo que o desembargador plantonista não tinha competência para mandar soltar Lula. Mais algum tempo e Favreto, ainda ontem, emitiu um novo despecho, reiterou a decisão de mandar soltar o ex-presidente. Passou a manhã, começou a tarde, o Ministério Público Federal pediu que reconsiderassem a decisão sobre o pedido de soltura. Mais um tempinho e o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, que é relator dos processos da Lava Jato em segunda instância, determinou que não fosse cumprida a decisão de Favreto. Em resposta ao relator, o desembargador federal plantonista do TRF 4 voltou a ordenar a soltura do ex-presidente. Por fim, o presidente do TRF 4, desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, decidiu durante a noite que Lula continue preso e o processo retorne ao relator dos casos da Lava Jato na corte, desembargador federal João Pedro Gebran Neto.

Qual foi o favor que Favreto fez?

Ele provou que infelizmente o Judiciário também é campo de troca troca, também é campo de vai e vem, também é campo, lamentavelmente, do é dando que se recebe. Afinal, ele está pagando uma conta, ele está agradecendo uma benesse, ele está devolvendo algo que caiu no seu colo. Se tem competência, se não tem, é outra discussão. Cadê a isenção? Cadê a imparcialidade do ponto de vista ético. O favor que ele fez foi desnudar o rei.

 

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