A morte do jornalista Rafael Henzel, vítima de um infarto na noite desta terça-feira enquanto jogava futebol com amigos em Chapecó, fez a Chapecoense encaminhar à CBF um pedido. O clube solicitou, conforme os colegas lá do Oeste, a transferência do jogo diante do Criciúma, pela Copa do Brasil, para quinta-feira. A partida está marcada para as 19h15min desta quarta, na Arena Condá.
O Criciúma, que está concentrado em Chapecó à espera do jogo, concordou com o pedido da Chapecoense segundo o Eduardo Fernandes, repórter da Rádio Super Condá. Respeitaria o luto pelo colega e jogaria na quinta-feira. Sem problemas. Mas a CBF não concordou.
Segundo vem sendo comentado, a Chape fará uma nova investida nesta quarta pela manhã.
Cabe lembrar que, por tudo o que aconteceu com a delegação da Chapecoense em novembro de 2016, aquelas 71 mortes em Medellín, Henzel - como um dos seis sobreviventes - transformou-se em uma referência de garra e superação. Escreveu um livro muito interessante - Viva como se estivesse de partida - no qual traz um relato emocionante e detalhado de todo o ocorrido antes, durante e depois. A descrição que ele fez da tensão pós acidente é de arrepiar. E os exemplos de superação, de vontade de viver no período de recuperação e a volta por cima também são impressionantes. É leitura muito válida.
Ouvi um pouco da Rádio Oeste Capital FM agora à noite, depois do ocorrido, e pude acompanhar alguns comentários dos colegas de lá. Eles contaram que Rafael estava muito feliz, tinha chegado de viagem no sábado, andou pela Europa participando do lançamento de um documentário sobre a Chapecoense. E havia proferido palestras, das muitas que vem fazendo desde que se recuperou, no começo de 2017. E que havia acabado de apresentar seu programa na emissora, passou em casa e foi para o bate bola com os amigos. Jogava futebol até três vezes por semana.
Dos tantos depoimentos que Rafael Henzel gravou depois daquele trágico acidente, colhemos este, que reproduzimos abaixo. Cada instante vale a pena de ser conferido. Ah, e uma singela e mínima passagem minha com o Rafael. Ano passado, estava eu na Arena Condá com o Jotha Del Fabro e o Sarandi para a transmissão de Chapecoense x Criciúma pela Rádio Som Maior. Encontrei o Rafael no corredor das cabines de imprensa e logo me ocorreu: "não toca no assunto, esse cara não aguenta mais lembrar desse acidente". E apenas sorri, trocamos um abraço e falamos algumas trivialidades quaisquer de futebol. Abaixo, um de tantos depoimentos dele. Estamos todos muito tristes.