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Eleição em Criciúma: a aposta pelo segundo lugar

Por Denis Luciano 09/11/2020 - 19:30 Atualizado em 09/11/2020 - 19:43

O Adelor Lessa contou, em seu comentário do fim da tarde desta segunda-feira, 9, no Ponto Final, programa que apresento diariamente das 18h às 20h na Rádio Som Maior, uma aposta curiosa. Ele está de "auditor de uma aposta de integrantes de um grupo de WhatsApp sobre a classificação dos candidatos, quem será o segundo na eleição de Criciúma". Adelor contou que "dois dos participantes fizeram a lista, o primeiro será esse, o segundo aquele, o terceiro aquele. Estou aqui nomeado, designado para acompanhar".

E o nosso colega registrou que, como nós, está assistindo os programas de TV dos candidatos à prefeitura de Criciúma e ouvindo os de rádio. "Eu tenho notado que os programas dos adversários do Salvaro estão sendo mais ácidos. O Chico Balthazar está carregando na tinta de uns 15 dias para cá, e agora o Anibal também. A Júlia nem se fala, desde o início ela bate pesado no governo de Salvaro, o Cosme continua na mesma batida, defendendo seus projetos e o Minotto é mais sutil, mas também faz alguns questionamentos", afirmou Adelor.

E ele cita, ainda, alguma leitura das pesquisas para identificar tendências sobre essa briga: perante ao favoritismo do prefeito Clésio Salvaro, quem poderá ser o segundo colocado? "A diferença entre os que estão na faixa de segundo, terceiro, quarto e quinto, eles estão tão próximos, a distância tem percentual muito pequeno, a diferença em número de votos é pequena também. Pelos movimentos, quase todos estes, qualquer um dos quatro poderá chegar ao segundo lugar", registrou.

Os candidatos reunidos com Adelor Lessa no dia do primeiro debate, na Som Maior

O que nesse momento vai agregar mais para os adversários de Salvaro? "Um discurso mais contundente em relação ao prefeito ou uma disputa à parte do Salvaro, fazendo um caminho próprio?", perguntou Adelor, na busca de uma resposta. "O que vai atrair quem não vota no Salvaro? A postura de enfrentamento, mais critica, ou não? Te confesso que eu não tenho a resposta, o tempo vai dizer", observou o nosso articulista. "Tenho hoje a impressão, pelos números, é que o segundo lugar está sendo disputado, uma disputa real, qualquer um daqueles quatro pode chegar. Não ousaria cravar em nenhum deles", completou Adelor.

Além de concordar com a fala do Adelor, tentamos ir adiante em alguns apontamentos aqui, tentando individualizar um pouco mais essa leitura. Apanhando por referência a pesquisa IPC divulgada na semana passada, o favoritismo amplo de Salvaro é indiscutível. Há quem se ocupe, nesse campo das apostas, de saber qual percentual ele alcançará. No embalo do que confidenciou o Adelor mais cedo, acabei sendo, por meu turno, encarregado de arbitrar outra aposta, entre duas figuras conhecidas - e valendo um bom vinho -, sobre o percentual que o atual prefeito alcançará no domingo. Um cravou mais de 65%. Outro, menos.

Segundo e terceiro

Anibal Dario (MDB), o segundo da pesquisa, teria um leve favoritismo a esse segundo lugar por conta da raiz partidária do MDB. Os candidatos a vereador, sempre importantes cabos eleitorais, parecem na sua maioria empenhados em propagandear o prefeito. Aquele afastamento de postulantes à Câmara que omitem as majoritárias das suas coligações não percebi ainda no MDB e no DEM, o que é bom para o médico.

Dr Anibal

Mas muito perto dele vem Rodrigo Minotto (PDT). A pesquisa mostra uma diferença mínima em relação a Anibal, e parece que é o que acontece. Minotto tem a seu favor o mandato de deputado, e ele tem usado e abusado disso em sua propaganda. Outro dia, um programa seu elencou o montante de verbas distribuídas, passando por Criciúma mas indo longe, citando inúmeras cidades contempladas. Para um observador menos atento, parecia uma campanha de reeleição à Alesc. Mas Minotto tem sido firme no uso de informações, parece ter estudado e, da mesma forma que Anibal, conta com a aparente fidelidade dos candidatos a vereador de sua coligação, PDT e PCdoB. O PSB só empresta a sigla mesmo.

Salvaro entre Neguinho, o vice, e Minotto, o candidato a prefeito do PDT. Encontro casual do fim de semana

Ainda sobre Minotto, a anotar que o deputado pedetista cruzou caminho com o prefeito Clésio Salvaro no fim de semana no Parque Altair Guidi. Tiveram uma conversa amigável, de alguns minutos, o que confirma o discurso que ele tem transmitido, de um candidato de diálogo, que naquela linha dos que divergem com força e dos que buscam passar à margem de Salvaro, ele parece estar mais alinhado na segunda coluna. Pelo visto, a aposta do deputado para ser o segundo é essa, não bater no prefeito.

Quarto e quinto

Júlia Zanatta (PL) e Chico Balthazar (PT) nos aparentam uma leve desvantagem em relação a Anibal e Minotto, pois carregam, pelo que apuram as pesquisas, o peso da rejeição aos polos que representam. No caso de Júlia, muito menos pelo "padrinho" Bolsonaro - que inegavelmente segue muito forte entre os criciumenses -, mas muito mais pela visível dificuldade de transferência de votos. E Júlia talvez seja, também, o caso mais emblemático de falta de uma fidelidade plena dos candidatos a vereadores à sua candidatura. Já vi alguns, do PL e do PSL, com suas propagandas omitindo a majoritária ou, até, citando outros candidatos, sutilmente ou nem tanto.

Júlia Zanatta e o bolsonarismo sempre à frente

Já Chico, embora bata bastante na tecla da herança do governo Décio Góes, do qual fez parte, lida com a maior rejeição nas pesquisas - pesquisas que ele vem contestando, todas elas - por conta do PT, e do peso que a sigla passou a carregar de anos para cá, em particular com o advento Jair Bolsonaro. E a força de Bolsonaro no eleitorado criciumense, em tese, parece mais representada na rejeição a Chico do que exatamente na preferência por Júlia.

Chico e as bandeiras do PT

Sexto e sétimo

Houve quem se empolgasse com a arrancada da campanha do Coronel Manique Barreto, do Podemos. Ele demonstrou segurança nos debates e conhecimento de causa. Inegavelmente, é um técnico experimentado na área que representa, a segurança. Mas a dificuldade estrutural do Podemos, partido recém nascido na cidade, aliada a um cenário congestionado na majoritária, não permitiram uma decolagem mais impulsionada da candidatura do ex-comandante da PM na região. Mas ele segue disposto, na sequência de Minotto, a ser o candidato que menos bate em Salvaro. Está claro isso também.

Manique Barreto até tem a fidelidade dos seus candidatos a vereador, apenas do Podemos, não tem coligados. Mas são poucos, e lutando bravamente por algum espaço.

Coronel Cosme ainda sonhando alto

E o Professor Ederson, do PSTU, sofre com a cláusula de barreira, que fez seu partido se ver privado de horário eleitoral no rádio e na TV, o que já é uma tremenda barreira. Ampliando a gama de dificuldades, a falta de recursos aliada à bandeira da extrema esquerda, de difícil defesa em uma cidade onde o discurso de direita ganhou importante incremento de poucos anos para cá. E outro dia Ederson ainda sofreu com uma impugnação parcial de candidatura, derrubada depois. Ele tem sido dos que mais batem, por razões óbvias, no prefeito Salvaro. E tem apenas um candidato a vereador, o que dificulta ainda mais a sua exposição.

Professor Ederson, lanterna nas pesquisas até agora

Mas claro, tudo o que vocês acabam de ler são humildes leituras de quem está aí, ouvindo, lendo, consumindo e interagindo com as mais diversas fontes. A urna é soberana. O eleitor é o dono da razão. Retomamos essa conversa no domingo, depois das 17h, sujeitos a erros. Afinal, urna é imprevisível até que a última esteja apurada.

Abaixo, o áudio do comentário do Adelor Lessa nesta segunda no Ponto Final da Som Maior.

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