A Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) ofereceu uma oportunidade ímpar para conhecimento de sete dos aspirantes à presidência da República nas eleições de 7 de outubro. Todos, claro, ainda pré-candidatos, mas a maioria bem alinhavados para estarem nas urnas. Foi aqui em Florianópolis, no Centrosul, das 9 às 13h com meia hora para cada um dos concorrentes que, convidados, aceitaram e vieram dar o recado no Congresso dos Prefeitos de Santa Catarina.
O primeiro a falar foi Geraldo Alckmin (PSDB). Bateu muito na tecla do desenvolvimento da infraestrutura e em políticas de segurança pública. Tangenciou nas questões políticas. Chegou acompanhado do senador Paulo Bauer e do pré-candidato ao Senado, ex-prefeito Napoleão Bernardes, de Blumenau.
Em seguida se pronunciou João Amoêdo. O candidato do Novo reforçou as bandeiras do estado mínimo, do enxugamento da máquina pública e explicou o projeto para englobar vários impostos em menores taxas, possíveis justamente com o custeio menor do governo, argumentou ele.
Antes do terceiro candidato, o ex-prefeito de Osasco (SP), Emídio de Souza, se pronunciou em nome do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leu uma carta na qual reivindicou o direito de Lula concorrer em outubro, e reforçou que ele, que segue preso em Curitiba, terá sua candidatura registrada.
Após, a vez de Aldo Rebelo, do Solidariedade. Ele demonstrou preocupação com as diferenças sociais, reforçando o empobrecimento de parte da população como uma problemática a ser encarada. Rebelo lembrou dos tempos em que foi ministro nos governos Lula e Dilma.
João Vicente Goulart Filho, do Partido Pátria Livre (PPL), usou a palavra por meia hora e resgatou tópicos das antigas reformas de base defendidas por seu pai, João Goulart, quando presidente no começo dos anos 60. Reforçou que sua legenda é nacionalista bem como a pauta que defenderá na campanha.
O empresário e ex-deputado Flávio Rocha, pré-candidato do PRB, insistiu nas bandeiras do desenvolvimento a partir do aquecimento da economia com respeito às classes produtoras e que a máquina pública precisa ser gerida como as empresas privadas.
Em seguida seria a vez de Álvaro Dias, mas o senador do Podemos do Paraná justificou sua ausência no Congresso por conta das votações em curso no Senado, compromissos que não o permitiram deixar Brasília nesta quarta-feira.
O ex-ministro e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que busca a indicação do MDB para concorrer à presidência, aprofundou comentários sobre a política econômica e não se colocou à margem do governo Michel Temer, elogiando conquistas e avanços e dizendo que se vê como o mais preparado para aprofundá-las.
Por fim, o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, reiterou suas políticas voltadas à geração de emprego e renda e prioridade para o desenvolvimento economico com resgate dos direitos dos trabalhadores. Em entrevista coletiva, criticou o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) e se poupou de comentários sobre a tentativa de candidatura de Lula da Silva. Além de Bolsonaro, chamaram as atenções as ausências de Marina Silva (Rede), Manuela d´Avila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL).
Entre as falas de Meirelles e Ciro, um grupo ligado ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia fez um protesto, focando em críticas ao governo Temer. Ao final das palestras dos prefeitos, alguns minutos foram concedidos a lideranças do MNLM para comentários.
A cobertura completa do evento aqui na Capital estará nas páginas do jornal A Tribuna desta quinta-feira.