Sentei à direita de um quarteto que, na soma, tem umas várias vidas de amor pelo Criciúma. Cheguei atrasado, força do horário de trabalho, como muitos outros sempre. E depois de uma década de outro lado, vi hoje o Criciúma da perspectiva dos que pagam para sofrer, sentado no concreto.
Mas confesso. Imaginei sofrimento maior. Foi ruim, mas nem tanto a derrota por 1 a 0 para o Figueirense. Chegou a ser bom, não fosse o placar. Mas a estreia reuniu a penca de expectativas suplantada por uma certeza: o Figueirense é pior que o imaginado.
E o Criciúma tem Maicon. E os detalhes dedos que fizeram da estreia dele quase um milagre. Dois dedos? Sim, de otimismo e superação. O Maicon vibrou, apoiou, correr e, durante 65 minutos, símbolizou um Criciúma melhor que o esperado.
Faltou o gol. E o que mais? O entrosamento e algumas peças. Mas foi um início que já permite antever um Criciúma distante do sofrimento do Estadual passado. O time tem cara e jeito. O algo mais? Vira com ritmo mais contratações.
Faltam atacantes. O meio é interessante e a defesa, sólida. Sonhar? Na medida do racional. E o racional é fazer um Catarinense pé no chão. É o possível.
E os que sentaram ao meu lado? Eram quatro na verdade. O Deloir Brunelli, o Nei Constante, o Luciano Fernandes e o Pedro Paulo Canella. Gente que respeito. Amam seu time e o tempo inteiro, fui testemunha, torceram com o ímpeto dos apaixonados.
Em uma noite de simbolismos dentro e fora de campo, foi ruim, mas foi bom. Pois pode melhorar. Para os 3.735 torcedores que encararam a chuva, meus respeitos. O tempo há de melhorar.
(Fotos: Caio Marcelo / Criciúma EC)