O Criciúma ganhou cinco vezes em 23 jogos. O Figueirense, quatro. Essa é a única vantagem que faz do Tigre penúltimo, e não último da Série B. A décima derrota, que veio na sexta-feira, 20, 1 a 0 para o Atlético Goianiense, desencadeou protestos no estádio Heriberto Hülse. Também pudera. Não era para menos.
São quatro vitórias, quatro empates e quatro derrotas jogando em casa. Muito aquém das médias históricas que sempre fizeram do Majestoso a arrancada - ou para boas campanhas, ou para recuperações necessárias -.
O término da partida de sexta deu o start para dois momentos complicados. O primeiro, o protesto no pátio do Majestoso. Nada anormal. Faz parte do ritual. Não ganha, a torcida chia. Estranho seria se fosse diferente. Os 5.295 tricolores que foram ao estádio tinham o direito de se indignar. Não houve excessos, e a Polícia Militar cumpriu o seu papel. Se sirene no pátio e gritos como "fora Dal Farra" e "time sem vergonha" forem classificados como baderna, estaremos fora do contexto democrático e de nervos à flor da pele que condiz com o futebol.
Veio o sábado e, com ele, a segunda etapa dos ruídos pós décima derrota no Campeonato Brasileiro. Não é a primeira vez que faixas são estendidas naquela grade do Heriberto Hülse, próximo ao estacionamento dos jogadores. Também pacífico. Direito do torcedor. Mais que direito, até um dever, na medida em que a campanha só piora.
Sobre a campanha, uma breve consulta ao Chance de Gol, portal de estatísticas de futebol, indica que o Criciúma é hoje o time com maior chance de rebaixamento à Série C. Tem 69,9% de risco de descenso, enquanto o lanterna Figueirense tem risco menor, de 58,9%. Maior chance de cair, pelo cenário atual, tem conforme as contas do Chance de Gol o Vila Nova (66,5%) e o Vitória (65,8%).
O que explica isso? O perfil dos confrontos que cada time tem pela frente, os locais das partidas conforme a campanha dos concorrentes. Em suma, a tabela do Criciúma é um pouco pior que a desses rivais diretos. A matemática atual aponta que, com 45 pontos, a chance de não cair é de 97%. Mas para chegar nos 45 o Tigre precisa, praticamente, dobrar o seu rendimento. Somar mais 22 pontos nos 15 jogos que tem pela frente. Estamos tratando de sete vitórias e um empate, ou de seis vitórias e quatro empates. Situação delicadíssima.