Giovanni Battista Righetto deixou a província de Vincenza em 1891. Largou a sua Itália pelo sonho da vida melhor na terra prometida, o Sul do Brasil. Exatos 95 anos depois, nasceria um binesto que, aos 18, despontaria no futebol em Criciúma. E as coincidências não param por aí. Na temporada em que os italianos faturaram o tetracampeonato mundial, ele fez o caminho inverso ao do "bisnono". Aí começava de vez a história que faz Éder, o bisneto de Giovanni, estar distante da Copa do Mundo agora.
"Nem quero saber de Copa", brincou, mas com um tom de seriedade. É que desde 2015 o habilidoso atacante nascido em Lauro Müller é um brasileiro que defende a Seleção da Itália. E a não classificação para o Mundial da Rússia, que começa hoje, frustrou uma geração inteira. De férias no Sul de Santa Catarina, Éder tem visitado amigos e atendido a muitos convites. Ontem, depois de visitar a Rádio Som Maior, esteve no Estádio Mário Balsini, conhecendo as categorias de base do Próspera.
Aos 31 anos, foi-se a chance
"Era a única chance de eu jogar uma Copa", define Éder, hoje com 31 anos, quando indagado sobre a tristeza de não levar a Azurra ao Mundial. "É até estranho uma Copa sem a Itália", pondera, com razão. É a quarta vez que os italianos não jogarão. Eles, campeões de 34, 38, 82 e 2006.
Éder tinha convicção que seria convocado para estar na Rússia. "De certeza que eu estaria lá. Eu tinha feito dois anos de jogos com a Seleção", recorda. O atacante estreou com gol pela Itália em um 2 a 2 contra a Bulgária pelas Eliminatórias da Euro. A boa recepção que teve dos colegas de Seleção ajudou na adaptação. "Quando eu cheguei o Buffon me chamou e disse que não tem essa de dupla cidadania, e fui tratado igual a todos".
O Éder participou de um belo bate papo ontem com o Mano Dal Ponte e a Pity Búrigo no programa Do Avesso na Som Maior. Confere aí: