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Lembrando os heróis do passado: Copa do Brasil, 27 anos!

Por Denis Luciano 02/06/2018 - 20:11 Atualizado em 02/06/2018 - 20:55

Meio da tarde de ontem. Estava eu a caminho de Florianópolis para um Avaí x Criciúma pela Rádio Som Maior. Do meu lado, aquele jovem senhor, o Idemar. Sempre humilde, de boa, conversa legal. Voltei 27 anos no tempo, e pensei. "Poxa, o guri que via futebol pela TV em 91 está hoje de carona com o lateral direito daquele timaço". É, Sarandi, tu e teus parceiros nos permitem viagens constantes na memória que resultam da maior glória esportiva de Santa Catarina.

Itá e Sarandi, meus parceiros hoje na Som Maior

"Indiscutível a campanha do Criciúma um título conquistado com inteiro merecimento". Eu, com 11 anos em 2 de junho de 1991, assistia a RCE TV em Joinville ao lado da saudosa dona Glaci, minha mãe, e ouvia essa voz grave, muito bem colocada. Anos depois fui saber que era o Clésio Búrigo narrando aquela decisão que fez do Criciúma conhecido de verdade no mundo do futebol. E que time!

Os campeões na entrega das faixas

"Alma, garra e coração. Era o Criciúma", definiu Roberto Cavalo. "Se tivesse que comer grama, eu comia. Todos nós fazíamos isso", afirmou Itá. "Nós nunca colocamos salto alto. Nunca", garantiu Vanderlei. "A maioria do Brasil, ninguém acreditava numa conquista do Criciúma", recordou Wilson. Há exatos 27 anos o Criciúma empatava com o Grêmio em 0 a 0 e coroava o melhor time de futebol que Santa Catarina já viu e teve: o Criciúma campeão da Copa do Brasil.

Olha o Sarandi ali ajudando a erguer a taça

"Nós jogávamos por música. Eu digo sem medo de errar, nós éramos o melhor time do Brasil. Tanto é que a torcida vinha aqui, sabia que a gente ia ganhar, só não sabia de quanto". O capitão Itá nunca deixou por menos quando convidado a resumir aqueles tempos mágicos.

Aquele Criciúma foi predestinado. Revelou Luiz Felipe Scolari, o técnico que onze anos depois ganharia a Copa do Mundo com o Brasil.  "O Felipão tinha o jeito dele, de tomar o chimarrão, nós tomávamos chimarrão com ele, debaixo da árvore. tomando de pé. Fazia uma família de confiança", enaltecia Roberto Cavalo. Mas Felipão não era garantia de título. "Mesmo com o Gonzaga como técnico teríamos ganho a Copa do Brasil, o time vinha embalado", assegurava Vanderlei.

Felipão despontou para o futebol no Criciúma

O ambiente era outro ponto alto daquele Tigre campeão. Com muito bom humor também o tricolor chegou lá. "Me tirem do time, mas não me tirem de capitão", dizia Itá e recordava Wilsão. "Eu tô invisível, só jogam no lado do Sarandi, não tão me enxergando aqui?", completava Wilson, imitando o sotaque tradicional do capitão da conquista.

Em uma das entrevistas da época, de quase três décadas atrás, que o tempo guardou, Felipão definia assim aquele time do Criciúma. "É um time que pega parelho, não tem um jogador que se sobressaia aos demais, todos tem mais ou menos a mesma qualidade técnica e física, são jogadores que dificilmente estão no departamento médico".

Vilmar no lance para cabecear e marcar o gol do título no Olímpico

Foi uma Copa do Brasil que veio com a cabeça de um zagueiro: Vilmar. "Naquela hora o Roberto Cavalo cobrou uma falta que era ensaiada da gente, e eu já tinha ido no gol. Como a bola foi córner, eu chego atrasado por causa disso, eu estou voltando. Por felicidade a bola veio no lugar certo, e eu fiz aquele belo gol", lembra Vilmar, o autor do gol mais importante da história do Criciúma, no 1 a 1 com o Grêmio no Olímpico, em 30 de maio de 91.

Reprodução / RCE TV

Os depoimentos acima, e outros mais, ilustram a reportagem "1991, o melhor futebol do Brasil é do Tigre", com a qual conquistamos o Prêmio Acic de Jornalismo em 2011. Compartilho com vocês com a mesma emoção de sempre. E lembrar que, depois desta produção, nos últimos sete anos, perdemos Alexandre Pandóssio, o goleiraço, e Soares, o craque do ataque. É o tempo pregando as suas peças.

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