"Gabinete 114. Aqui, sempre, um espaço democrático para o diálogo com os catarinenses". Com essa legenda, o deputado Rodrigo Minotto (PDT) fez constar em sua rede social, nesta quarta-feira, 10, a postagem da sua identificação na porta do gabinete que ocupa na Assembleia Legislativa (Alesc). Na placa, a identificação do seu partido, o PDT.
Minotto quer ser candidato a prefeito de Criciúma. Já admitiu isso algumas vezes. Em julho passado, há quase um ano, Minotto falava da possibilidade de concorrer. Na época, especulava-se até o professor Gildo Volpato, ex-reitor da Unesc, como um possível vice. E se abria outra especulação também, na medida do que falta para Minotto entrar de vez no jogo: o possível apoio do PSL. Acontece que o partido do governador Carlos Moisés está de novo sem candidato a prefeito, com a desistência e saída do partido do vereador Julio Kaminski, e Minotto tem muita afinidade com Moisés. É dos seus principais defensores na Alesc. Na região, é o principal aliado em nível de Alesc.
E as apostas de Minotto recaem sobre um possível apoio do PSL à sua candidatura. É o que falta para o deputado entrar de fato na disputa. Ele conta com pesquisas internas que o apontam como o segundo nome mais lembrado na corrida ao Paço, atrás somente do prefeito Clésio Salvaro (PSDB).
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E um sinal, mesmo que tímido, veio da mesma postagem que citamos acima, desta quarta-feira. Nela, evidencia-se o primeiro comentário, feito pelo vereador Zairo Casagrande, que Minotto filiou ao PDT em março. "Logo nosso candidato a prefeito", escreveu Zairo.
Da dissolução da candidatura de Kaminski, o grupo do vereador já ensaiou, via DEM, uma aproximação com o MDB. Conforme já informado pelo Adelor Lessa na Som Maior, o DEM deve indicar a professora Lisiane Tuon para vice do médico Anibal Dário, formalizando a parceria que já ocorreu uma vez nesse formato em Criciúma. Em 2008, Acélio Casagrande, então no PMDB, concorreu a prefeito, com o médico Celso Menezes (do PFL, atual DEM), como vice. Ficaram em terceiro. Salvaro ganhou, com Décio Góes (PT) em segundo.
Com mandato assegurado na Alesc, não será surpresa se Minotto confirmar sua candidatura mesmo que sem o aval do PSL e do governador. A aguardar.
O cenário
Por enquanto, as candidaturas consolidadas à prefeitura de Criciúma são as de Clésio Salvaro (PSDB), Julia Zanatta (PL), Chico Balthazar (PT), Anibal Dário (MDB), Ederson da Silva (PSTU) e ainda são citados Lucas Dalló (Podemos), André Cardoso (PRTB), Odelondes de Souza (PSol) e Douglas Mattos (PCdoB). Fábio Brezola (PSB) é incentivado por alguns, mas esbarra no esvaziamento que o partido sofreu na cidade.
O histórico do PDT em Criciúma
O PDT como cabeça de chapa teve tímidas participações nas eleições majoritárias de Criciúma. Seu melhor desempenho foi com o engenheiro Carlos Alberto Barata, vice-prefeito eleito pela sigla em 2000 e vice derrotado na chapa de Clésio Salvaro em 2004. A última participação do PDT em majoritária foi em 2008, e a última vez que o partido figurou como cabeça nem existia urna eletrônica ainda, foi em 1992.
2008 (PDT vice, segundo lugar)
Décio Góes (PT) e Fábio Brezola (PDT) - 31.447 votos (28,67%)
2004 (PDT vice, segundo lugar)
Clésio Salvaro (PSDB) e Carlos Alberto Barata (PDT) - 17.302 votos (26,14%)
2000 (PDT vice, primeiro lugar)
Décio Góes (PT) e Carlos Alberto Barata (PDT) - 46.898 votos (49,25%)
1992 (PDT cabeça de chapa, quinto e último lugar)
Vilmar Tadeu Bonetti (PDT) e Addo Vânio de Aquino Faraco (PDT) - 411 votos (0,53%)
1982 (PDT 1, quinto lugar; PDT 2, sétimo lugar entre oito candidatos)
João Aderbal Agostinho da Silva (PDT) e Adelino Alves (PDT) - 612 votos (1,07%)
Armando Serafim (PDT) e Santos Serafim (PDT) - 320 votos (0,56%)