Era começo de madrugada quando o telefone tocou na redação da Rádio Guaíba de Porto Alegre. Atendi. Do outro lado, um amigo chamado André Magalhães. Ele apresentava um programete sobre seguros na Guaíba. Estava em férias em Florianópolis. Contou, esbaforido, que um acidente havia ocorrido não fazia muito na Beira Mar Norte, na capital catarinense.
"Tá chovendo, o asfalto tá molhado. O carro tá parte dele dentro da água. E disseram que o Mahicon Librelato tá lá dentro". Um pouco do que me disse, no meio de muito nervosismo, o atônito André.
Em seguida, um telefonema para a Polícia Militar de Florianópolis (onde eu jamais tinha estado na vida) para checar a informação. Confirmado. Mahicon Librelato estava morto. A partir daí, me coube dar a notícia no ar na Guaíba, depois acordei o presidente Fernando Carvalho com a notícia e, com esse triste furo jornalístico, tocamos aquela madrugada. Minutos depois, as outras emissoras com programação na madrugada, Gaúcha e Pampa, também levaram aos seus ouvintes a informação.
Era 28 de novembro de 2002. Fazia poucos dias que Librelato havia sido decisivo ao salvar o Internacional de um rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O mesmo ele havia feito no ano anterior no Criciúma, na Série B. Foi, certamente, um dos momentos de maior tensão da minha carreira nesses quase 25, ter que dar a notícia da morte do Mahicon.
Não tenho dúvida que, não fosse esse cruel lance do destino, o Mahicon teria ido muito longe. Brilharia na Europa, na Seleção Brasileira. Era um craque de bola. "O filho da dona Maurina", berrava aos quatro cantos o nosso Jotha Del Fabro, que narrou muitos gols do Librelato. O 4oito fez essa lembrança há exatamente um ano.
Nos podcasts abaixo, resgatamos um rico acervo de áudio sobre a história do jogador. É o projeto de rádio "O eterno Mahicon Librelato", uma produção das então acadêmicas de Jornalismo da Faculdade Satc, as colegas Gabriela Jeremias e Maria Gabriela Pereira.