O Criciúma fez um primeiro tempo para garantir vitória consistente contra o Figueirense. João Paulo marcou e a ida para o intervalo dava a impressão de garantia de três pontos. Mas veio o segundo tempo, o Figueirense se impôs, reagiu, empatou e por pouco não virou. Ao fim das contas, 1 a 1 no Heriberto Hülse.
"Não foi catastrófico", resumiu Mazola Júnior. Para o técnico tricolor, o time pecou pela "falta de agressividade nas bolas paradas". De novo. Isso já foi reclamado por ele outras vezes, já foi treinado inúmeras outras vezes e, pela repetição, fica a clara impressão de que esse não é um pecado, mas uma característica.
Mazola avaliou que, no jogo jogado, o Figueirense rendeu pouco, dependendo muito de cruzamentos. "Pelo que o time está apresentando, nos dá tranquilidade de um campeonato aceitável", avaliou o treinador, confiante que o crescimento da equipe vai fazer a arrancada começar logo.
São mais cinco jogos até a metade do campeonato, e o Criciúma completou treze rodadas consecutivas na zona de rebaixamento. Algo histórico e que vai desenhando uma tendência de rebaixamento. Mazola lembrou dos investimentos dos adversários, citando o próprio Figueirense e também o Goiás, próximo time que o Tigre terá pela frente, na sexta-feira que vem, 13, em Goiânia. "E eles estão colhendo os frutos". É, o Goiás saltou na tabela. Já é o décimo, posição dos sonhos do Criciúma.
Um dos colegas indagou Mazola ontem sobre as opções por Jean Mangabeira e Andrew, e não Liel e Nicolas na bola rolando ontem. "O Liel tem dificuldades contra um meio muito veloz como o do Figueirense", apontou o técnico.
Sobre Andrew, um capítulo à parte. Primeiro, ele citou que Nicolas tem dificuldades de jogar pela direita e lembrou que Andrew entrou bem contra o São Bento. Depois, mencionou que estamos colocando "responsabilidade muitog rande nele que não tem estofo ainda para resolver". Em suma, Mazola não quer fritar o menino, entende que falta bagagem. E falta. Essas e outras na entrevista coletiva que você ouve no podcast abaixo.
Mazola está com problemas sérios. A folga de hoje é certamente para reflexão. A partir de amanhã, na reapresentação das 10h, vai começar a arrumar a casa para a batalha de Goiânia na sexta, para a qual não contará com o lateral esquerdo Marlon e o atacante João Paulo, suspensos pelo terceiro cartão amarelo.
Marlon era um gancho esperado. Artur está mais do que treinado para entrar logo. A lembrar que Artur também está pendurado, mesma situação de Nino, Eduardo, Elvis e Vitor Feijão, entre os titulares, mais Andrew e o zagueiro Sandro, que está na transição após outra lesão muscular.
E João Paulo? Fará tanta falta que Mazola nem quis projetar substituição ontem, quando questionamos ele a respeito. Sem Zé Carlos e Lucas Coelho, que farão cirurgias - a de Lucas no joelho esquerdo é hoje - o técnico perde a sua principal opção de referência ofensiva. Alguém será improvisado. Talvez ele tente centralizar Vitor Feijão e promova Andrew ao time titular. Ou algum atacante mais experiente, como Nicolas. Ou então dá a chance para Kalil, na coerência do que ele disse essa semana, de que "é hora de dar chance aos jovens".
Outro fator preocupante que restou de ontem foi o desgaste físico. Mazola justificou o decréscimo do segundo tempo justamente nisso, faltou perna para alguns atletas. "Resquícios ainda do jogo do São Bento", disse Mazola. Lembramos que o primeiro jogo foi no sábado, o segundo, na quinta. Aí estariam relacionados Marlon Freitas, Luiz Fernando e Elvis, que deram lugar no segundo tempo a Jean Mangabeira, Andrew e Alex Maranhão.
"Empate com gosto de derrota. Infelizmente na bola parada, estávamos nos defendendo bem, tomamos o gol e ficou difícil correr atrás de novo", disse o zagueiro Nino. O empate de ontem fez continuar um jejum indigesto e constrangedor. O Criciúma não ganha do Figueirense no Heriberto Hülse desde maio de 2014. São seis partidas. No podcast abaixo, o bate papo com os jogadores após a partida da noite passada.