Separados por poucos metros, dois pontos da Gabriel Zanette, a popular Avenida Chile, em Criciúma, guardaram por muito tempo a mesma dificuldade: a assimilação dos motoristas a um dispositivo interessante de humanização do trânsito. Não parece ser muito fácil a inúmeros condutores assimiliar o uso correto da rótula, alternativa aos semáforos em cruzamentos de movimento mais denso.
Não faz muitos anos, uma rótula foi instalada no encontro da Gabriel Zanette com a Rua Cardeal Arco Verde. Para quem não se localizou, esta fica muito próxima daquele morro do São Cristóvão. No início foi uma polêmica danada, com muita reclamação. Depois, os motoristas se acostumaram a tal ponto que hoje ela se tornou indispensável.
Mas a outra rótula, a do debate atual, é mais problemática. Ela está no encontro da Gabriel Zanette com a Rua Estevão Emílio de Souza, aquela que passa defronte à Unimed e ao Criciúma Shopping. Quem vem da Via Rápida e opta não por ingressar na cidade pela Avenida Centenário, mas sim segue em direção ao Batalhão da Polícia Militar e à Próspera (esse trecho a Via Rápida deixa de ser Rodovia Aristides Bolan e passa a Rua Vereador Martinho Ricardo Paz) vai se colocar diante de um funil ali, atrás do shopping, perto do Parque das Nações.
Esse funil, porém, foi "extinto" recentemente, com a abertura de mais uma faixa da avenida. Havia um estrangular indicado por sinalização no asfalto, e este foi removido. A estratégia da Diretoria de Trânsito e Transportes (DTT) era oferecer uma faixa para conversão à direita em direção ao shopping (para quem entra em Criciúma por ali) e a outra pista para seguir em frente, à esquerda do tráfego. O mesmo acontece no sentido contrário, nas faixas de Criciúma para Içara.
No começo, essa determinação foi criticada, mas agora, de dias para cá, parece ter sido melhor assimilada. O trânsito já fui, está mais disciplinado no trecho. Não que os engarrafamentos sejam fatos do passado, longe disso. Eles seguirão ocorrendo, em especial em horários de pico e principalmente nos retornos das praias. Porém, ainda persiste para tantos outros condutores a tese de que o melhor seria fechar aquela rótula e permitir trânsito livre, possibilidade descartada pela DTT com base no isolamento que isso criaria ao hospital ali próximo instalado, por exemplo.
Mas a rótula da Chile com a Via Rápida seguirá rendendo barulhentos debates, principalmente nos próximos e previsíveis engarrafamentos.