Vai ter pedágio. E o mês do pedágio chegou. Está no radar do governo Bolsonaro o lançamento, neste mês, do edital que concede à exploração privada o trecho sul da BR-101, entre Paulo Lopes e Passo de Torres. São 220 quilômetros, e a previsão das praças em Laguna, Tubarão, Araranguá e São João do Sul. Houve até audiências públicas e, desde o início, o discurso foi um só: é muita praça, é muito pedágio. O valor sugerido ficará em torno de R$ 5, um pouco mais provavelmente. A meta do governo é captar um investimento de R$ 6,5 bilhões para os próximos 30 anos.
Mas precisa tanto para manter a rodovia em dia? O fato é que, poucos anos depois de efetivamente entregue – mas ainda não 100% concluída – a duplicação do trecho sul, com dinheiro público, caberá ao privado cuidar e ganhar em cima. Houve, ao longo de outubro, um frisson com a informação obtida pelos parlamentares catarinenses junto à ANTT de que seria possível suspender o edital e deixar o debate para o ano que vem. Mas no último dia 23 o ministro Tarcisio de Freitas, da Infraestrutura, jogar um balde de água fria, confirmando os quatro pedágios e o lançamento para novembro.
É questão de dias. É contagem regressiva. O mês decisivo chegou. E tudo indica que a essa altura, no ano que vem, já teremos pago bastante para andar pela BR-101.