No que o Criciúma planeja gastar para o time do Campeonato Brasileiro, a derrota de ontem para o Cianorte representa duas folhas salariais. Seguramente. Deixar de receber a cota de R$ 1,4 milhão por alcançar a terceira fase da Copa do Brasil, além do abalo moral e técnico, lança mais um terremoto na estrutura administrativa do Tigre. Com o dinheiro em falta, a melhor fonte na relação custo x benefício se vai pelo ralo. O cálculo é simples: para os 38 jogos da Série B o Criciúma recebeu R$ 5,2 milhões em 2017. Para disputar dois jogos na atual Copa do Brasil, ganhou R$ 1,1 milhão. E chegaria a R$ 2,5 milhões se tivesse vencido ontem à noite, E poderia extrapolar a R$ 4,3 milhões em caso de sucesso na fase seguinte diante do Internacional. Foi uma tragédia financeira.
Sem dinheiro, a gestão do presidente Jaime Dal Farra não investirá mais do que vem fazendo, ao que tudo indica. Segue apostando no barato. Os números não são abertos, mas a folha de pagamento atual do Criciúma não deve ultrapassar os R$ 500 mil. Para os patamares do Campeonato Catarinense, a derrota para o Cianorte levou consigo quase três meses de pagamentos. Ou seja, praticamente a manutenção total do elenco no Estadual.
E as outras fontes de renda? Há muitos anos o Criciúma não tinha tão poucos sócios pagantes. Dos 2,5 mil torcedores presentes ontem ao Majestoso, não muito menos que isso eram sócios, mas o atual quadro de associados pagando não vai muito além dessa conta. Os patrocínios na camisa vão minguando, não há vendas de jogadores à vista - até em função do declínio técnico do time - e a engrenagem parece cada vez mais arrochada. Ou o Criciúma encontra a mesma fórmula mágica de Paranás da vida, que conseguiram com times baratos subir à Série A e lá encontrar mais recursos, ou... reze, torcedor tricolor.
E os dedos médios do presidente Dal Farra? É assunto para a próxima conversa... Tudo do Tigre todo dia aqui no 4oito, na Som Maior FM e em A Tribuna.