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Os exemplos que a Chapecoense nos dá

Por Denis Luciano 09/03/2018 - 10:22 Atualizado em 09/03/2018 - 10:38

Sempre fui um crítico da participação do poder público no futebol profissional. Mas a recente passagem por Chapecó me fez repensar. E muito. Minha última visita à Arena Conda havia sido em 2009. Ainda não era possível chama-la de arena. Era o Estádio Regional Indio Condá melhorado. Mais de oito anos depois, vi uma transformação incrível. 

A prefeitura de Chapecó acampou por lá. Construiu aquela nova rampa, oposta às cabines. Reestruturou tudo. Arrumou a casa. No novo setor levantado, instalou uma série de repartições do município. Fez do velho estádio uma arena com ampla visão multiuso. Capitalizou. Movimentou. E colaborou com a estrutura de forma decisiva para a Chapecoense ser o que é. Daí justifica-se a municipalidade investir no futebol. Afinal, o retorno está visto.

Alguém perguntará: a tragédia, infelizmente, projetou Chapecó, deu visibilidade. Ok. Mas antes mesmo da queda trágica da LaMia na Colômbia a Chapecoense já estava grande, já estava na Série A, já estava organizada. Já era um exemplo. Logo, profissionalizar traz retorno. Não é que defendamos a aplicação de somas de dinheiro público em time de futebol. Sigo tendo resistência. Mas está provado que investir em estrutura dá retorno, e essa resposta é para todos. 

Sirli Freitas / Chapecoense

Nem vou me aprofundar no dia do jogo. Chegamos, eu e o Jotha Del Fabro, por volta das 18h na Arena Condá. Muitos funcionários, muita limpeza, muita organização. Tudo no lugar. No jogo, quase dez mil pessoas, a cidade movimentada, um agito só. Tudo funcionou muito bem. Vou me reportar ao dia seguinte. Em qualquer estádio que você vá na manhã posterior a uma partida, é comum ver sujeira. Ver a necessidade da limpeza. Chegamos ontem pouco depois das 9h. Voltei para uma visita. Na recepção, atendimento ímpar, de alto nível, com simpatia e respeito. Como é comum do povo chapecoense. Sempre foram assim. Fui liberado para percorrer corredores internos da Arena Condá com profundo encantamento. Tudo muito organizado. Funcionários eficientes e bem informados por toda a parte. Depois de dois corredores brancos, fui levado a um enorme, largo, ilustrado de cima a baixo nas suas paredes por cartazes enormes, por plotagens emocionantes dos times vencedores, dos jogadores campeões. E não era o famoso túnel que leva ao gramado. Era outro. De trânsito de funcionários no dia a dia. E para visitantes. Cheguei ao campo por outro lado que não o da véspera. E me deparei com gente limpando, gente carregando, gente olhando a grama. "Chegamos às seis da manhã aqui", contou um feliz trabalhador vestindo camisa verde e branca, um dos tantos ali destacados para cuidar bem da estrutura deles.

Chapecoense / Divulgação

O sorriso desse senhor, acompanhado da organização do lugar, e depois somado à beleza da loja da Chapecoense, não me fez perceber que o gramado do vizinho é sempre mais bonito que o nosso. Me fez notar que estrutura ganha jogo, que organização ganha jogo, e que sim, recurso público bem aplicado em qualquer lugar dá resultado para o coletivo, mesmo que seja em um estádio de futebol transformado em arena. A Chapecoense não somente vende futebol hoje. Vende uma imagem de eficiência, vende uma mensagem contundente sobre o "fazer bem" e "fazer certo" em qualquer área repercute no todo. E a colheita deles está nas ruas, na cidade, na região oeste, que parece florescer para um novo amanhã a partir do que o futebol bem feito oferece. A economia agradece, eles respiram, ganham mais e compartilham mais. É o ganha-ganha, outra obrigação do bom gestor público, ter a visão ampla do futuro maior e não a visão tacanha do presente pequeno. Que aprendizado, amigos!

Denis Luciano / 4oito

 

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