A flexibilização dos decretos do governador Carlos Moisés em relação a três áreas em Santa Catarina permitiu a reabertura de muitas e muitas portas nesta quarta-feira, 22. E portas que andavam nervosas, ansiosas, necessitadas pelos ares da reabertura em meio à pandemia de Covid-19. Foi o caso dos shoppings centers, galerias e centros comerciais, dos restaurantes e bares e das academias.
Nos shoppings, muito álcool gel, prevenção por toda a parte, limpeza constante, mesas arredadas e áreas demarcadas nas praças de alimentação. Ainda há muito sinal de restrição no ar. Um grupo de amigos não pode tomar conta de uma mesa em um shopping. É proibitivo. Ir no cinema, nem pensar. "Tem problema de ventilação, né", lembrou ontem o secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, quando indagado, confirmando a manutenção da restrição das salas de cinema.
E os shoppings viram-se como podem para tentar atrair de novo uma clientela ainda tímida, e mais acanhada por conta do dinheiro que, naturalmente, encurtou. O Nações Shopping preparou uma recepção especial quando reabriu suas portas às 12h desta quarta. Com a equipe a postos, todos a caráter com suas máscaras, o hino nacional entoado ao fundo e aplausos, muitos aplausos aos clientes que, depois de semanas, puderam pisar por aqueles corredores. A notar que a clientela passava a porta com máscaras, mais uma prova do quanto a população está aderindo à necessária proteção.
Dos restaurantes, vieram relatos do capricho dos vários que abriram, também carentes do faturamento que vinha ausente, embora muitos estivessem recorrendo à tele-entrega para manter suas cozinhas com algum movimento. Em restaurantes com buffet, os proprietários respeitaram a necessidade da assepsia logo na entrada, na porta, a repetição na ponta do buffet e a oferta de luvas para os clientes. E, claro, a indispensável máscara. Os restaurantes passaram no teste, mas os clientes ainda não apareceram em grande quantidade, A aguardar como será o movimento dos noturnos, dos que servem jantares. Se a saudade de um bom jantar vence o temor do vírus e as dificuldades impostas pelas regras novas de convivência.
Há, ainda, a distância de 1,5 metro entre as mesas, desafios para os restaurantes que funcionam em espaços menores, compactos.
E das academias, o que mais chama a atenção nessas primeiras horas de reabertura, é a impossibilidade de uso de celulares enquanto o frequentador malha. O decreto prevê isso. Vai malhar? Sem celular. Muitos se queixam, já que o celular torna-se um "parceiro de conteúdo" para o decorrer da malhação, seja com música, seja com vídeo, seja até com texto.
Mas ao menos toda essa turma voltou ao trabalho. Para estancar um pouco da sangria que vivem esses segmentos.