Fruto da mitologia inglesa, Robin Hood teria vivido no século XII roubando dos ricos para dar aos pobres. É o que o cigano Próspera vem seguindo à risca no Campeonato Catarinense. Os resultados explicam:
Em Brusque - Camboriú 1 x 0 Próspera
Em Florianópolis - Próspera 0 x 1 Hercílio Luz
Em Itajaí - Marcílio Dias 3 x 0 Próspera
Em Tubarão - Próspera 2 x 0 Chapecoense
Em Florianópolis - Avaí 0 x 1 Próspera
E a partida desta quinta-feira (10) foi um primor nesse sentido. Favorito absoluto depois de derrotar dois candidatos ao título (a Chape vinha com 100% e líder quando foi batida), o Time da Raça conseguiu a proeza de perder para o Juventus por 2 a 1. Antes mesmo do placar, o jogo já tinha uma característica curiosa: era um caso raro de uma partida em que o "dono da casa" viajou muito mais que o visitante. O Próspera viajou exatos 358 quilômetros para mandar o confronto na Arena Joinville, enquanto o Juventus deslocou-se por apenas 53 quilômetros.
Mas não foi isso que decidiu a partida. Foi sim o fraco futebol jogado pelo Time da Raça em Joinville. E as chances desperdiçadas. E, segundo o técnico Emerson Cris, o erro da arbitragem no gol que deu a vitória aos jaraguaenses aos 47 minutos do segundo tempo. Tanto para Emerson quanto para vários dos atletas do Próspera, Jonatas Belusso estava em impedimento quando mandou a bola para a rede.
Tristeza bateu
Emerson Cris reconheceu a tristeza que estavam os jogadores depois da partida. "Complicado. Estamos muito tristes, de verdade. Foi uma decepção muito grande, mas o cenário é complicado. Eu havia alertado que o Juventus vinha de grandes mudanças e uma responsabilidade que saiu sobre todos os atletas deles. Sabíamos que eles dariam a vida por esse jogo, pelo que eles passaram antes de enfrentar a gente", afirmou, no bate papo com a imprensa depois da derrota.
Um fato que Emerson tem razão: o Próspera aceitou o jogo. "E a gente aceitou a imposição deles, tivemos as nossas oportunidades para fazer o placar". E ele completou sublinhando: o Próspera foi prejudicado. "Depois eles fizeram o gol, tiveram oportunidade de ampliar, nós fomos atrás, buscamos o empate, tivemos oportunidade para virar mas no fim eles se impuseram e nós tivemos uma situação que complicou muito, não que eu estivesse satisfeito com o empate, mas no final fomos prejudicados com um gol que não existiu", afirmou.
Mas como o "Robin Hood" Próspera ganha de Chape e Avaí e perde pro agora ex-lanterna Juventus, e tudo isso em uma semana? "O mesmo time que jogou o último jogo, não mudei nenhuma peça. O Galhardo que entrou na direita e foi no limite dele, todos os atletas se entregaram. Tivemos preparação para esse jogo mas o adversário conseguiu se impor mais que a gente. Essa partida era a última ficha deles e a gente não assimilou e não impusemos um ritmo", respondeu. "O placar justo seria o empate mas o futebol é assim. Temos que levantar a cabeça", opinou Emerson. Concordo com ele. O empate estaria à altura da partida.
Ficou dramático
O Campeonato Catarinense é um negócio tão maluco que o Próspera, que respirava bons ares com os 6 pontos recém conquistados, já está na obrigação de ganhar domingo. Acontece que o adversário é o lanterna Barra e um revés deixará o Time da Raça muito perto da zona de rebaixamento. O Juventus, ao ganhar a primeira, já está a apenas 1 ponto da equipe criciumense. E o Barra ultrapassará o Próspera se, por ventura, inventar de ganhar no domingo, a partir das 16h, no Orlando Scarpelli.
Ou seja, domingo é dia de encerrar a fábula de Robin Hood e fazer por si, e para si.
Ouça, no podcast, a entrevista de Emerson Cris: