Foi de difícil interpretação a entrevista coletiva que, em nome da direção do Criciúma, o vice-presidente Arlindo Rocha concedeu a poucos minutos no estádio Heriberto Hülse. Ficou no ar uma interpretação que o clube tenta se antecipar ao protesto que, é sabido, vai às ruas daqui a alguns dias contra o atual modelo de gestão do Tigre. Ficou no ar a ideia de que o Criciúma buscou uma "vacina antecipada" ao protesto que vem aí.
Tanto é que, lás pelas quantas do seu pronunciamento, Rocha teceu comentários, do ponto de vista jurídico, sobre o molde de relação entre GA e Criciúma. "Discutimos esse modelo há muito tempo. A minha vinda é para modernizar e corrigir as distorções. Isso numa relação civil seria o locador e o locatário, nunca vi no mundo jurídico, foi uma construção feita para possibilitar o negócio, e que está continuando. Não se confunda clube, gestor e GA. Estamos aqui representando o clube enquanto instituição, e o clube precisa ser elevado, precisa ser preservado".
A torcida arrecadou cerca de R$ 2 mil nos últimos dias para instalar, pela cidade e região, outdoors de protesto contra o modelo de administração do Criciúma. Segundo um dos líderes do movimento, o torcedor Roberto Lima, o recurso está garantido na coleta feita junto à torcida e quatro outdoors serão instalados.
"Os locais alguns já sabem, mas ainda vamos guardar em sigilo. Serão quatro outdoors, temos dois modelos. O objetivo não é pegar pesado nem bater de frente, mas sim marcar a posição da torcida e que estamos atentos", enfatizou Roberto, minutos depois da manifestação do vice-presidente.
E o Criciúma vai para o jogo de daqui a pouco pelo Catarinense ainda com técnico interino e sem diretor executivo de futebol. Esses assuntos não foram tratados na coletiva da diretoria. O presidente Dal Farra segue em silêncio.