O número 2 da Agência Brasileira de Investigação (Abin), imediato de Alexandre Ramagem, é o novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). A nomeação de Rolando Alexandre de Souza para o cargo foi confirmada nesta segunda-feira, 4, via Diário Oficial da União.
Rolando é considerado o braço direito de Ramagem, que foi o pivô de mais uma das recentes crises, quando da sua nomeação pelo presidente Jair Bolsonaro, na semana passada, foi questionada via Supremo Tribunal Federal (STF), em ação movida pelo PDT, e a suspensão da indicação foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes.
Fruto disso, houve até protestos na porta da casa do ministro e o presidente Bolsonaro participou de atos nas ruas contra o STF e prometeu rigor nas suas ações nesta semana.
Esse cargo é o do delegado Maurício Valeixo, demitido no último dia 23, na raiz de outra crise, a que culminou com a saída do então ministro da Justiça e Segurança Pública. A partir desse episódio, além de pedir demissão, Sergio Moro lançou acusações contra Bolsonaro referentes a ingerências presidenciais na PF, o que deu origem inclusive a um longo depoimento prestado pelo ex-juiz no último sábado, 2.
A indicação de Rolando vem à tona poucas horas depois de o presidente ter feito contundentes afirmações durante o ato deste domingo, 3, em Brasília:
"Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente."
"Vocês sabem que o povo está conosco, as Forças Armadas – ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade – também estão ao nosso lado, e Deus acima de tudo."
"Vamos tocar o barco. Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Tá ok? Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla-mão. Não é de uma mão de um lado só não. Amanhã nomeamos novo diretor da PF."
Agora é aguardar. Se a indicação de Rolando é o fim de uma crise ou o início de outra.