Quando aquele temporal de 24 de maio caiu sobre a região, não foram poucos os estragos. Entre os municípios de Sangão e Jaguaruna houve os maiores estragos. Aquela cabeceira da BR-101 na ponte sobre o Rio Sangão, arrastada no quilômetro 357, foi uma confirmação da força da água naquele dia. Cabe lembrar que, poucos metros antes, na área urbana de Sangão, ao menos um ônibus foi arrastado de um pátio como se de brinquedo fosse.
Mas a cabeceira que, levada, forçou o bloqueio da BR-101 por alguns dias, e desvios, e operação de emergência pelo Dnit, não foi o único ponto da rodovia seriamente danificado naquele trecho. Na mesma altura da estrada, sobre o mesmo rio, há uma via marginal, que faz o sentido aeroporto de Jaguaruna à BR-101, que segue bloqueada. Quem hoje estiver no Regional Sul e quiser apanhar a rodovia federal em direção a Jaguaruna e para o norte não conseguirá chegar na estrada. Há uma cratera ali. Sinalizada. Ninguém passa. E não há nem sinal de conserto. Na época da intervenção no trecho consertado, na pista de rolamento, uma fonte do Dnit nos informou que aquela marginal não era prioridade e não havia nem previsão de quando ela seria consertada. Claro que trata-se de uma via secundária, que há outras formas de chegar à BR-101 para quem sai do aeroporto. Mas está ali, como uma prova que certamente se arrastará por meses do desleixo como muitas vezes o que é nosso é tratado.
Cenários que, muitos pensam, pode mudar quando a privatização da BR-101 chegar. Prova inconteste de que o governo, por forças próprias, tem mesmo tremenda dificuldade de dar manutenção. O leilão vem aí, até agosto, e provavelmente em 2020 já estaremos pagando pedágios em Imbituba, Tubarão, Maracajá e São João do Sul. Pelo visto, caberá ao concessionário cobrir o buracão da marginal da BR-101 levado pelas águas de maio.