Não bastou perder dentro de campo. O Criciúma teve um domingo dos mais atrapalhados fora dele. Antes da partida, em uma entrevista coletiva ainda pouco compreensível, o vice-presidente Arlindo Rocha convidou a torcida a colaborar com o clube usando os canais abertos e diretos, e destacou que a diretoria era a ponte com a GA e o presidente Jaime Dal Farra.
Mas bastou o Tigre estar perdendo para a Chapecoense que, no final da partida, um protesto colocou por terra a abertura do discurso. O Criciúma mandou executar o hino do clube, ainda com o jogo em andamento, enquanto os torcedores protestavam diante do camarote aos gritos de "fora, Dal Farra".
A execução do hino ou qualquer música no sistema de som com a bola rolando é passível de advertência ou punição, mas para isso precisa constar em súmula. Para sorte do Criciúma, o árbitro Bráulio da Silva Machado não anotou isso na súmula online publicada faz pouco pela Federação Catarinense de Futebol:
Mas para piorar, o até então responsável pela operação técnica do sistema de som do Heriberto Hülse publicou a pouco uma nota revoltado com a ordem para executar o hino. O radialista Renato Teixeira, que há anos atua no clube, anunciou o seu desligamento da função por conta da ordem de abafar o protesto com o hino. Mais uma trapalhada do Criciúma. Confira abaixo a postagem do Renato Teixeira:
Foi a gota d'água!
Meu amor pelo Criciúma só não é maior que a minha dignidade.
Por conta do acontecido de hoje me desligo do Criciúma Esporte Clube como Freelancer e sigo como torcedor.
Uma ordem vinda de algum setor da direção dizia que em caso de protesto da torcida se deveria colocar o hino do clube.
Logo após o gol sofrido o protesto começou, o telefone tocou para que a ordem fosse executada e contra a minha vontade tocar o hino do Criciúma que normalmente toca nos finais dos jogos vencidos
Foi uma mistura de sentimentos. Revolta, chateação e raiva com essa decisão que marca o Criciúma por censurar a torcida.