Parece que a pandemia de Covid-19 só assombra os que lutam pelo título do Campeonato Catarinense. Brigar contra o rebaixamento é passaporte para jogar futebol em meio ao avanço da doença. Foi o curioso - para dizer o mínimo - atestado transmitido neste domingo pela Federação Catarinense de Futebol (FCF).
Acontece que os quatro jogos de volta das quartas de final do Estadual foram suspensos. Compreensível. Mas o mata-mata que definirá o rebaixado, não.
A resolução lançada no sábado pela FCF já abria essa esquisita janela. Adiava quatro jogos e mantinha dois, a ida e a volta de Tubarão x Concórdia. Um dos dois vai cair para a Série B.
Neste domingo, o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, veio com a determinação: nada de Futebol na cidade. Assim, o confronto agenda do para terça-feira sai da Cidade Azul e vem para... Criciúma. Terça, às 15h, no Heriberto Hülse. A determinação está lá, no site da FCF.
O Tubarão esperneou. Em nota na noite deste domingo, integrantes do clube pediram a suspensão da partida, tomando o exemplo dos demais jogos, evocando uma igualdade e observando que não há garantias de segurança. Qual a diferença entre os jogadores de Tubarão e Concórdia para os dos demais oito, Criciúma e seus concorrentes na briga pelo título?
Surpresa também para o Concórdia, que soube da mudança na estrada, tendo percorrido mais da metade dos 500km em direção ao sul. O Tubarão sugeriu jogos nos dias 19 e 25. O Concórdia não aceita, informa que fica sem jogadores, por força de contrato, a partir do dia 20.
Uma encrenca enorme. A saúde não pode ser esquecida. Hora de as autoridades exercerem o que lhes cabe: autoridade.