Marlon. Partiu, bateu, trave. No rebote, Vitor Feijão, na rede. O gol do 1 a 0 do Criciúma ontem sobre o Juventude, em pleno Alfredo Jaconi, vem carregado de significados. O principal, não fosse ele e o 0 a 0 teria empurrado o Tigre para mais uma rodada de zona de rebaixamento.
Mais que respirar, o Criciúma ganhou moral. Ainda está a um ponto do Z-4, é bem verdade, mas somar três pontos, e na casa de um concorrente direto, encorpa a reação do Tigre, dá credenciais ao time.
Tanto que Liel se deu ao luxo de tomar o terceiro cartão amarelo aos 48 minutos do segundo tempo. E mais, forçou o cartão, por uma razão, digamos, um tanto inusitada. Ele precisa fazer um tratamento no glúteo. Sente dores. Há uma lesão no músculo. "E para tratar ele precisaria de um tempo, por isso foi um cartão calculado", confirmou o técnico Mazola Júnior.
Vamos lembrar o gol? Nada melhor do que curtir a narração do Jotha Del Fabro na Som Maior.
Foi um jogo pobre de chances. "Não estivemos bem na parte ofensiva", reconheceu Mazola. Mas o treinador enalteceu a atuação da defesa, elogiando a organização e aplicação do time. "Demos o nosso melhor. Deixamos tudo o que tínhamos aqui". De fato, sobrou esforço. "O Luiz não fez uma defesa no jogo todo", lembrou.
Zé Carlos vestiu a camisa 100. Comemorou seu centésimo jogo pelo tricolor, passando de novo em branco no placar. E sem jogar bem. "Concordo. No segundo tempo o Zé sentiu um problema na perna", revelou o treinador.
O Tigre jogou em Caxias do Sul com Luiz, Sueliton, Nino, Sandro e Marlon, Liel, Ronaldo, Eduardo e Elvis (Luiz Fernando), Vitor Feijão (Andrew) e Zé Carlos (Nicolas). No Futebol Som Maior, votei em Marlon, o Jotha escolheu o Liel mas o melhor em campo, com o voto do Sarandi, foi o Vitor Feijão. "Pelo gol também", afirmou o nosso comentarista.
Liel é a baixa do Criciúma para enfrentar o Fortaleza no sábado, às 16h30min, no Heriberto Hülse. Jean Mangabeira é o candidato à vaga. De resto, Mazola deve manter o mesmo time que venceu o Juventude. A saber como ficam as situações de Marlon Freitas e Fábio Ferreira, em momentos distintos das suas recuperações de lesões.
Vamos às explicações? Ouvindo o Mazola Júnior após o jogo de Caxias do Sul.
Com 29 pontos, o Criciúma tem CRB e Brasil de Pelotas, que somam 28, entre ele e o Z-4. No descenso estão Juventude (28), Paysandu (26), Sampaio Corrêa e Boa Esporte (21 pontos). A próxima rodada reserva uma curiosa surpresa. Os dois times que estão logo acima do Tigre, e que poderão ser ultrapassados caso o tricolor vença o Fortaleza, terão confrontos diretos com a turma de baixo. O Londrina joga em casa com o Brasil e o São Bento visita o Juventude.
A vitória da noite passada valeu a derrubada de dois tabus. No confronto, fazia 14 nos que o Criciúma não vencia o Juventude. Na Série A de 2004, o Tigre fez 2 a 0 no Majestoso. Depois, foram nove encontros com três empates e seis derrotas. Outra. No Alfredo Jaconi o Criciúma só ganhou duas vezes na história, em um amistoso em 1982, 3 a 0, e pela Série A de 1996, 3 a 2. Ou seja, o Tigre voltou a vencer o Juventude na casa do time gaúcho depois de 22 anos. Eram seis confrontos, com um empate e cinco derrotas neste jejum de mais de duas décadas. Fez história o Criciúma.