A Câmara patrocinou uma triste cena ontem à noite. Ocorre que, não faz muito, o Legislativo havia aprovado projeto do vereador Zairo Casagrande (PSD) que barrava uma bitributação que vinha abatendo moradores de condomínios de Criciúma, e são muitos, face à crescente verticalização da cidade. Ocorre que condôminos vinham pagando duas vezes a Cosip, a tarifa de iluminação pública. Pagavam a primeira vez enquanto unidades, e a segunda vez enquanto partes do que é cobrado dos próprios condomínios. Uma clara bitributação, tão clara que a Câmara aprovou o projeto.
Lá foi o projeto para o gabinete do prefeito. Clésio Salvaro (PSDB) vetou. Também pudera, transformada em lei a pauta faria o município perder receita. E nesses tempos bicudos, renunciar receita, mesmo que ela seja fruto de bitributação do já castigado cidadão, não se recomenda. Feito o veto, dentro do ritual, voltou o projeto à Câmara. Cabia aos vereadores, então, de forma coerente, derrubar o veto e aprovar de novo o projeto já chancelado na origem no Legislativo. Certo? Errado. Houve uma virada de quatro votos - dois do PMDB, um do PRB e um do PSC - e assim o veto foi mantido. Logo, a Câmara que aprova é a mesma Câmara que reprova o mesmo projeto e o povo dos prédios vai continuar pagando duas vezes pelo mesmo imposto. Trocando em miúdos, quem mora em apartamento, os milhares de criciumenses nesta condição, pagam duas vezes para ter o poste iluminado na frente de casa. A esse custo, que não falte um bico de luz bem cuidado e eficiente então nessa por vezes escura e obscura Criciúma.
Em tempo: votaram com o projeto e derrubando o veto, além do autor, os vereadores Salésio Lima e Camila do Nascimento (PSD), Júlio Kaminski (PSDB), Ademir Honorato (PMDB) e Paulo Ferrarezi (PMDB). Zairo Casagrande já promete: vai à Justiça e retornará com o projeto em fevereiro de 2019. Trato mais do assunto em instantes, no Jornal das Nove da Som Maior.