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Convenção PL: "Perderam a aposta e vão perder a eleição", diz Guidi em recado ao adversário

Evento lotou a Associação da Imbralit em Criciúma. Organizadores estimam que mais 2.5 mil pessoas estiveram no local

Por Maga Stopassoli 03/08/2024 - 17:35 Atualizado em 03/08/2024 - 18:25

A convenção do Partido Liberal em Criciúma, que ocorreu na noite desta sexta-feira (2), confirmou o nome de Ricardo Guidi como candidato a prefeito e revelou a nominata de candidatos a vereadores. Neste momento, você já sabe que o governador Jorginho Mello mudou o script da noite e anunciou Acélio Casagrande para ser vice de Ricardo Guidi. Então vamos entender o que levou a esse desfecho.

Para isso, precisamos voltar no tempo.
A aliança entre Guidi e Acélio pode parecer óbvia agora, mas há apenas seis meses, ninguém imaginaria esse cenário. Em janeiro ou fevereiro, quem poderia prever que ambos deixariam seus partidos e se uniriam em uma chapa? Guidi, no PSD, e Acélio, no PSDB, estavam em busca de espaço para suas ambições de se tornarem prefeitos. No entanto, ambos encontraram barreiras em seus respectivos partidos e nem um, nem outro, conseguiu o que queria no partido que estavam. O PSD já tinha Arleu (à época) e o PSDB (de Acélio) não seria cabeça de chapa. No máximo, seria vice, já que esse era o acordo pré-nupcial com o PSD. Feito o resumo, vale lembrar que, aqui, não cabe juízo de valor.

Não se trata de certo ou errado, mas de como os fatos se desenrolaram. Ricardo Guidi deixou o PSD e se filiou ao PL, enquanto Acélio saiu do PSDB e do governo Salvaro, onde atuava como secretário de saúde. Isso aconteceu no início de abril. Naquela época, o candidato do PSD ainda era Arleu da Silveira, mas no fim daquele mês, Arleu foi substituído por Vagner Espíndola, e o cenário em Criciúma ficou ainda mais complexo. Com o novo candidato do PSD, o PL teve que calcular cuidadosamente seus próximos passos, dando mais peso à escolha do vice de Guidi.

Paulo Ferrarezi, atual candidato a prefeito do MDB, queria ser o vice do PL e não escondia isso. Mas Acélio também estava no páreo. Ferrarezi traria o MDB, enquanto Acélio tinha o capital político da última eleição para deputado estadual. O MDB perdeu a vaga porque falou demais, enquanto Acélio ganhou porque soube se calar e buscar apoios silenciosamente. Assim, foi natural que Jorginho o anunciasse como vice na convenção. Durante a semana, o MDB ainda tentou reverter a situação, mas falhou. Ir até a casa do governador e exigir a vaga, sem outra opção, não foi a melhor estratégia. Agora, o MDB se encontra em uma posição delicada, de portas praticamente fechadas, tanto com Guidi quanto com Vaguinho. A essa altura, a pergunta é: será que Paulo Ferrarezi vai manter sua candidatura até o fim?

Veja o que foi dito no encontro

O apoio de Júlia Zanatta
"Tu és predestinado para isso, para ser prefeito de Criciúma. Nós vamos ganhar essa eleição juntos. Tentaram te tirar do pleito porque sabiam que era o teu momento."

Jefferson Monteiro, o pelicano
“Agora somos todos pelicanos” (mistura de PL com Republicanos), disse Monteiro enquanto dava a bandeira de Criciúma para Guidi.

A vez de Acélio

Enquanto Acélio discursava, Jorginho se reuniu no palco com os deputados e disse que anunciaria Acélio como vice. Isso não estava no roteiro oficial do evento, mas Jorginho, sentindo o clima, aproveitou o momento. Acélio, em seu discurso, ainda não se portava como parte da dupla com Ricardo, dizendo: "Se até segunda-feira as coisas não se ajustarem (possivelmente referindo-se ao MDB), nós estaremos juntos". "Como é bom estar nesse meio. Como eu estou me sentindo bem", finalizou.

A vez de Jorginho

Quando Jorginho começou a falar, a plateia fez silêncio, antecipando o que estava por vir. E ele entregou o que todos esperavam: o nome do vice. "Eu quero apresentar o candidato a vice-prefeito do Guidi, que é Acélio Casagrande. Tenho certeza absoluta de que esta é a chapa que vocês estavam esperando. É a chapa que não precisa de explicações", disse.

A vez de Guidi

Ricardo Guidi foi o último a falar, começando com: "Teve gente que trabalhou para que esse dia não chegasse. Teve gente que apostou que esse dia não ia chegar. Perderam a aposta e vão perder a eleição", um recado direto ao PSD, seu antigo partido. Guidi mostrou uma postura firme e confiante, bem diferente de sua última aparição no evento do PSD em março, quando ainda estava filiado e precisou ler seu discurso. O Guidi de ontem não é o Guidi de março.

Saldo do evento

O evento de ontem foi grandioso. O local, que inicialmente parecia não atrair grande público, acabou se tornando um palco de megaevento. A organização estima que 2.500 pessoas compareceram. Mas o tamanho do público não foi o mais impressionante. Foi o significado do evento, em plena sexta-feira à noite, com um público entusiasmado, em terra salvarista. Ficou nítido que a disputa em Criciúma será entre PL e PSD, e que esta será uma das eleições mais acirradas da história. Se no início Guidi tivesse garantido seu lugar no partido de Clésio Salvaro, a história poderia ser diferente. Salvaro preferiu arriscar e apostou alto. Mas Guidi tinha um par de ases: o bolsonarismo 2024 aliado à oligarquia política criciumense.

Hora do All-in. Que comecem os jogos.

Confira vídeos do evento no instagram: https://www.instagram.com/magastopassoli?igsh=dG03OTc1dGxqMGUw&utm_source=qr
 

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