“Isso não está nos meus planos”. Essa é resposta que você mais vai ouvir de agora em diante dos recém reeleitos deputados federais de Criciúma quando questionados sobre uma candidatura a prefeito em 2024. É que passada a eleição, pelo menos o 1º turno, quando são definidos os deputados estaduais e federais, começam as especulações sobre os possíveis nomes para a disputa municipal. Termina uma eleição, começa outra. Aqui em Criciúma, capital nacional dos apaixonados por política, existe ainda uma outra pergunta também repetida à exaustão: quem será o sucessor do Salvaro?
Por enquanto, três nomes surgem no cenário carvoeiro. São eles: Ricardo Guidi (PSD), Daniel Freitas (PL) e Acélio Casagrande (PSDB). Antes de continuar, importante destacar: sim, temos outros nomes no radar, porém, esta primeira análise levou em conta os federais reeleitos e quem obteve a maior votação da cidade. Resultaram os três nomes supracitados e que foram entrevistados após as eleições na Som Maior.
Ricardo Guidi
Mas é inegável que no dia a dia eu recebo inúmeras manifestações de que eu devo ser candidato a prefeito já na próxima eleição.
O deputado federal Ricardo Guidi foi reeleito com 74.066 votos. Destes, 13.582 foram de eleitores criciumenses. Vale destacar que a cidade contabilizou 117.431 votos válidos no 1º turno. Guidi, por estar em segundo mandato e ter feito boa votação em Criciúma, está automaticamente credenciado a ser candidato a prefeito na próxima eleição. Questionado sobre essa possibilidade, o deputado negou (mas não muito). “Acho que não é o momento de falar em eleição municipal agora. Mas é inegável que no dia a dia eu recebo inúmeras manifestações de que eu devo ser candidato a prefeito já na próxima eleição. Sem dúvida nenhuma eu tenho me preparado, acompanhei meu pai desde cedo, que foi prefeito dessa cidade. Mas realmente acho que não é o momento de discutir isso”, disse. Após a insistência de Adelor Lessa em saber se o filho da dona Sandra Zanatta já havia tratado do assunto com a prima e agora também deputada federal, Júlia Zanatta, o parlamentar disse que “muito sutilmente, como a gente conversa com todo mundo”, admitiu.
Daniel Freitas
Eleição na terra é tempo de guerra
O deputado federal Daniel Freitas (PL), também foi reeleito para mais um mandato na Câmara Federal. Freitas pôs na conta 108.001 votos, sendo 19.995 somente em Criciúma. Mais do que um nome natural para disputar a prefeitura, Freitas demonstrou vontade de ser candidato em 2024, ainda que com algum receio de usar as palavras erradas em terras salvaristas. É que no 1º turno das eleições deste ano, o prefeito de Criciúma gravou um vídeo de apoio ao então candidato. Por isso, na hora de responder se projetava uma candidatura municipal, ele disse o seguinte:
“Dizer que criciúma não passa pelos meus planos, seria uma ingratidão da minha parte. Mas as competentes mãos do prefeito Clésio Salvaro nos deixam muito tranquilos que a cidade está em boas mãos”. Depois, na sequência da entrevista, Daniel lembrou que “eleição na terra é tempo de guerra”. Vamos guardar essa frase pro futuro.
Acélio Casagrande
De que forma fazer o eleitor voltar a votar em propostas, em bandeiras e não em números?
Acélio Casagrande obteve o apoio público de Salvaro nesta eleição e fez a maior votação da história de Criciúma para deputado estadual: 26.621 votos. Mesmo assim, faltaram 780 votos para que ele conseguisse se eleger. A boa votação foi fruto da imagem colada a de Salvaro ou resultado do trabalho à frente da Secretaria da Saúde durante a pandemia? Por esse ou aquele motivo, seu desempenho foi expressivo e Casagrande passa a figurar de modo natural como um dos possíveis nomes para concorrer à prefeitura na próxima eleição. Questionado sobre isso, o agora novamente secretário municipal da saúde, escapou da resposta ao dizer que, mais importante que isso, é hora de reaprender a faze campanha. “De que forma fazer o eleitor voltar a votar em propostas, em bandeiras e não em números?”, disse em referência ao 13 e ao 22 (dos candidatos a presidente).
Acélio será o candidato do Salvaro?
Ele pode ser o que ele quiser
Na semana passada, quando reuniu a imprensa para falar sobre as obras do mirante Realdo Guglielmi, no Morro Cechinel, Salvaro falou que permanece no PSDB e se referiu a Acélio Casagrande dizendo que “ele pode ser o que ele quiser”. A manifestação em tom otimista com relação ao seu pupilo deu margem à interpretação de que o candidato que não se elegeu para deputado estadual, pode ser o nome do atual prefeito para as próximas eleições na Salvarolandia. É bom ressaltar que talvez nem o próprio Clésio tenha certeza da resposta para a pergunta que abre esse parágrafo, mas, uma coisa é certa: é bom começar a treinar a resposta pois será cada vez mais comum ouvi-la de agora em diante.