17 dias. Esse é o tempo que os interessados em concorrer às eleições deste ano, têm, para se filiar ou mudar de partido. Esse é, também, o prazo que Ricardo Guidi tem para migrar para o PL se quiser se candidatar a prefeito de Criciúma. A agenda do deputado federal e Secretário de Meio Ambiente do Jorginho, em Criciúma, nesta segunda-feira (18), ao lado do governador, teve cara de pré-campanha. Ricardo Guidi esteve em todos os compromissos de Jorginho em Criciúma, já que a função que ocupa no governo lhe dá uma vantagem interessante nessas horas: a de acompanhar o big boss e colher os frutos dessa exposição. Na Acic, ele esteve com o governador na reunião que contou com a presença de empresários da cidade, interessados nos encaminhamentos da eleição. No Cedup, falou para um público diferente do que está acostumado. Na AM, Ricardo Guidi falou para mais de 3 mil alunos, num evento histórico, que teve como anfitriã a reitora da Unesc e presidente da Acafe, Luciane Ceretta.
O discurso dele ontem, contrastou com a reunião de duas semanas antes, quando, no mesmo palco, a história política de Criciúma (e de Santa Catarina) ganhou um capítulo que certamente levará tempo para ser esquecido (e digerido). Foi no mesmo palanque que Ricardo Guidi se lançou candidato a prefeito de Criciúma, antes mesmo do anfitrião fazer isso, já que o evento seria o de lançamento da pré-candidatura de Arleu da Silveira. Se naquela noite o clima pesou, dessa vez, Ricardo estava animado e agradecido pela oportunidade. Jorginho, por sua vez, citou o deputado ao falar do Universidade Gratuita e disse que quando o projeto era só uma ideia, tinha conversas com Ricardo em Brasília sobre ao assunto. Citar o deputado nessa pauta que, todos sabem, é do próprio Jorginho, da a entender que o governador fez um gesto para tentar jogar luz naquele que pode vir a ser seu candidato a prefeito em Criciúma. Estratégia parecida, porém, muito mais imponente, usou Clésio Salvaro quando lançou o programa Acelera Criciúma e deu para Arleu apadrinhar.
“E aí, o Guidi vai ou não vai (pro PL)?”
A cada dez passos que o governador deu ontem em Criciúma, surgia alguém (inclusive eu), fazendo exatamente essa pergunta a ele. É a pergunta que também está nas ruas. É, também, a pergunta que Ricardo não responde e faz questão de alimentar a dúvida, assim como fez há duas semanas, sobre sua ida ao evento do seu quase ex-partido. Há quem diga que ele mantém esperanças de conseguir a vaga de candidato pelo PSD. É uma espécie de terraplanismo criciumense, já que, se isso de fato ocorrer, significa conseguir vencer uma queda de braço contra Júlio Garcia e Clésio Salvaro, juntos. Não que seja impossível, mas será que pavimentar um outro caminho não daria bem menos trabalho? Há, ainda, quem acredite que ele não será candidato por nenhum partido e vai seguir com seu mandato de deputado federal, garantido. Mas então por qual motivo vem praticando gestos públicos tão significativos ao lado de lideranças do PL?
Nesta segunda-feira, aproveitando a vinda de Jorginho Mello, dois vereadores próximos de Guidi migraram para o PL. Nícola Martins (ex-PSDB) e Juarez de Jesus (ex-PSD), justo o partido em que Ricardo Guidi ainda está. Se ele não pretende fazer a troca partidária, por qual razão dois de deus aliados de primeira hora fizeram isso, já que PSD e PL não estarão juntos na eleição municipal de Criciúma?
A resposta parece uma só: ele também vai para o PL. Depois de tantas demonstrações públicas de gentilezas com lideranças do Partido Liberal, Ricardo parece reeditar o meme que viralizou recentemente nas redes sociais. “Quando eu for pro PL não direi nada, mas haverá sinais”.