É impossível aprovar um projeto grandioso como foi o caso do Universidade Gratuita, sem a atuação estratégica de alguns integrantes do governo. Especificamente neste caso, a atuação dos deputados e da presidente da Acafe, Lu Ceretta, merecem destaque (mas esse é assunto para o próximo post). Poucas vezes o parlamento se debruçou tão intensamente sobre uma matéria como foi o caso do programa agora aprovado. Mas uma atuação vai ficar marcada pela capacidade de liderança, diálogo e discrição. Foi assim que integrantes do governo e pessoas que vivem o dia a dia da Assembleia de Santa Catarina descreveram o Secretário da Casa Civil, Estener Soratto Jr, o Sorattinho. Convidado pelo governador Jorginho Mello para chefiar a Casa Civil, uma das principais funções do alto escalão do governo, o deputado recém-eleito aceitou o desafio e nem chegou a assumir como deputado. Essa história ele contou recentemente no Parlatório. Assista aqui.
A nomeação, inicialmente, foi vista com cautela, já que Soratto não tinha experiência para ocupar a pasta. Passados seis meses, o secretário cresceu na função, se movimenta com o traquejo que em nada lembra que faz só seis meses que está na função. Desde o começo lidou com temas cheios de espinhos, como as críticas enfrentadas pelo governo pela defesa frágil que fazia ao projeto aprovado hoje. Sem nunca fugir da raia, Estener Soratto também não fugiu das entrevistas, ora mais leves, ora mais delicadas, pelos temas abordados e pelos questionamentos que lhe eram feitos. Durante o período crítico de tramitação do projeto na Alesc, quando a queda de braço entre as partes se tornou pública, Soratto continuou articulando com discrição. E ocupou o papel de líder. “Não faltou à nenhuma reunião sobre o assunto, chegava com antecedência e esteve aberto ao diálogo”, disse ao blog, uma pessoa que acompanhou de perto as negociações. Cuidadoso com as palavras e atento aos movimentos mais sutis, Estener Soratto se cacifou para ocupar a vaga que desejar na vida pública.
Em seus planos, consta o desejo de ser candidato a prefeito de Tubarão, no ano que vem. Certamente, se isso de fato ocorrer, Soratto deixará sua função, muito maior do que quando chegou. Apesar da vitória folgada de hoje, Jorginho Mello não pode relaxar os ombros, nem soltar o maxilar. É que seu partido, na Alesc, ainda não encontrou o caminho da unidade partidária. Por sorte, o governador pode contar com o primeiro-ministro nascido em Tubarão e que hoje é protagonista no governo e leal ao governador.