“Não vim aqui me declarar inocente, mas vim aqui deixar algumas coisas explicadas.” Foi nessa linha que o advogado criciumense, Jefferson Monteiro, um dos citados pelo Ministério Público na Operação Caronte, iniciou sua manifestação durante a sessão de julgamento desta quinta-feira, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Durante os quinze minutos a que tinha direito, ele foi enfático ao dizer que não teria vazado a operação ao prefeito Clésio Salvaro, como alegado na denúncia do Ministério Público, fato que embasou o pedido de prisão contra ele. Segundo Jefferson, ele teve acesso ao documento que mostrava o andamento do processo porque o próprio Ministério Público não classificou o documento como de sigilo máximo, o que permitiu que não apenas ele, mas também outros advogados, tivessem acesso ao documento, não configurando, portanto, um acesso ilegal às informações. Jefferson alegou que o MP teria induzido a desembargadora relatora do caso, Dra. Cinthia Schaeffer, ao erro, ao não esclarecer que ele não teria obtido o documento ilegalmente e nem teria sido informado sobre a operação.
“Eu não vazei a operação. Eu ofertei meu celular ao Gaeco e documentei isso. O que mais me impressiona é o fato de o Ministério Público ter omitido isso da desembargadora”, questionou Jefferson. Na sequência, perguntou se o Tribunal, sabendo desse detalhe, teria autorizado sua prisão. A sessão que vai julgar a denúncia do Ministério Pública contra Jefferson e outras 20 pessoas, incluindo o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, está em andamento e deverá ser concluída até o meio da tarde de hoje.