Desde quando começou a anunciar seus primeiros secretários, o governador Jorginho Mello causou boa impressão. Nomes com bom trânsito político, somado a muito conhecimento técnico. O Secretário da Fazenda, Cléverson Siewert e a Secretária da Saúde, Carmen Zanotto, são alguns exemplos. Essas indicações aconteceram ainda no período de transição de governo, que é quando as coisas são muito mais fáceis do que quando o mandato começa, de fato.
No dia da posse, domingo, 1º de janeiro, Jorginho Mello foi provocado por Adelor Lessa, assim que chegou à Alesc, a dizer se anunciaria algum novo nome na ocasião. Ele disse que sim. Mais tarde, ao chegar ao Centro Administrativo para dar posse aos seus secretários, Jorginho disse que seu escolhido para assumir a Secretaria de Administração Prisional, seria o ex-vereador de Jaraguá do Sul, Jeferson Cardozo, que foi candidato a deputado nesta eleição e fez 17 mil votos. Era a primeira escolha política do governador recém-empossado. Imediatamente o nome passou a ser questionado, já que o jaraguaense chegou a ser preso numa investigação do Gaeco, em 2019. Na segunda-feira (2), o assunto ganhou destaque na imprensa nacional e Jeferson, que foi nosso entrevistado no Programa Adelor Lessa na manhã de ontem, quando garantiu que nada mudaria em sua indicação, fez uma live em sua página no facebook para dizer que havia desistido de assumir a pasta. Na transmissão ao vivo, disse que a culpa de sua saída do governo era da imprensa.
O abacaxi de Jorginho
Natan Monteiro, o primeiro criciumense no alto escalão do governo do estado, indicado para ser subchefe da Casa Civil, falou sobre isso nesta quarta-feira (5), em entrevista que nos concedeu. “Agora temos um abacaxi para descascar”, disse em referência ao caso.
Critério usado na escolha
Conforme relatou Natan, Jorginho disse que sua cota de nomeações estava completa e que suas escolhas foram feitas a dedo, com perfil técnico. Já para a pasta em questão, o governador teria usado um critério político. “Nós nos reunimos, o núcleo duro do governo Jorginho e ele disse: quem que foi candidato do Partido Liberal com a bandeira da administração penal, representando a classe, que eu prometi na campanha que seria o secretário de adm penal?. “Aí tinha o Jeferson Cardoso, que fez 17 mil votos, o Neuri Mantelli, que fez 8 mil votos, Jhoni Brasil, 2 mil votos”. “Quem são os dois mais votados? O mais votado será o secretário e o segundo mais votado, será o adjunto. Manda emitir a portaria”, teria dito Jorginho Mello. “Então foi um critério político”, declarou Natan. Monteiro.
Governador soube pela imprensa
O agora subchefe da Casa Civil fez questão de frisar que Jorginho Mello prezou por indicações de pessoas com ficha limpa. “Existe uma rejeição ao nome do Jeferson, descoberta pela imprensa, onde foi-se colocado que ele teve uma intercorrência, nada transitado em julgado, nenhuma condenação, mas existe uma investigação e isso fez nos todos estudar o caso, recorremos a procuradoria e estamos estudando”. Natan destacou que ainda na manhã de hoje poderia haver novidade com relação ao assunto, mas isso não se confirmou. Na edição ordinária do Diário Oficial publicada nesta quarta-feira não constava nenhuma nomeação bem como nenhum ato do Gabinete do Governador.
Por falar nisso, um funcionário do governo procurou o blog para relatar que o governo está parado. Segundo ele “não é uma crítica, já que o secretariado parece ótimo, mas as secretarias têm prazos, processos administrativos ainda tem os titulares, ou pessoal de meio (gerentes, diretores) estão sem ninguém. Parece que estão esperando a MP da Reforma Administrativa, mas isso era para ter sido feito na transição”, desabafou. E finalizou dizendo que o “O Diário Oficial do Estado de hoje saiu sem UMA nomeação. E tem uma fila aguardando na Casa Civil”.