A secretária adjunta de comunicação do Governo do Estado, Renata Furlanetto, usou as redes sociais neste domingo (15), para fazer uma reclamação. Segundo ela, há muitos “entendidos em enchentes” nos grupos de whatsapp.
“Eu não posso deixar de comentar algo que tem ocorrido muito em grupos de whatsapp, de imprensa ou, enfim, de política e na rede social agora, são os entendidos de enchente, níveis do rio e barragens. Quando tem que abrir, quando tem que fechar. Eu me divirto. Porque ignoram que todos aqueles profissionais técnicos que estudaram e se dedicaram muito pra de fato terem o conhecimento devido. É sim, um assunto muito sério e como o governador Jorginho Mello tem sempre falado nas suas entrevistas, são decisões técnicas, pensadas, avaliadas, seguindo protocolos, seguindo o que dizem os profissionais capacitados e habilitados pra essa função. Então cada um no seu quadrado, né? Vamos cada um cuidar da sua função e só falar se tiver de fato conhecimento. E ter um pouquinho mais de responsabilidade, disse a secretária.
A mensagem publicada por ela nos stories do instagram tem a ver com os fatos recentes sobre os questionamentos feitos pela imprensa e pela população, sobre a condução do governo no que diz respeito às chuvas em Santa Catarina. Em especial, a polêmica sobre o fechamento das comportas da barragem que fica em terras indígenas, em José Boiteaux. Tanto a imprensa quanto a população em geral se mantiveram atentas no último fim de semana, quando o próprio governador entrou em contato com lideranças indígenas do local, para tratar do assunto.
Tentar controlar quem faz pergunta e o tipo de pergunta que faz é uma atitude autoritária que em nada combina com a função de gestor de qualquer área na vida pública. Não é recomendável, nem é possível controlar que a sociedade “não faça perguntas”. É através das perguntas e da busca por respostas que se estabelece a comunicação entre um ente público e a população que pode e deve saber o que se passa nas decisões do governo. Quem trabalha com comunicação institucional não deveria virar assunto. O assunto é a instituição em si e os serviços que ela presta. É uma atitude ruim questionar quem questiona. A imprensa e toda a sociedade tem o direito de questionar. O governo, por sua vez, tem a obrigação de responder.
Num estado que tem um histórico vasto de enchentes, infelizmente, há muitos “entendidos em enchentes, justamente por terem vivido isso na pele. E, certamente, quanto mais perguntas forem feitas, mais fácil fica para o governo se comunicar com as pessoas.
A imprensa e a sociedade, perguntam.
O Governo, responde.
Assim, ficam mesmo, cada um no seu quadrado.
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