*Por Thiago Silva*
A seca de brasileiros na Fórmula 1 persiste desde 2017, o último ano de Felipe Massa na categoria. Desde então nunca mais tivemos nem a mera esperança de voltarmos ao grid, as participações brasileiras se restringiam a pilotos de testes, pilotos reserva, como é o caso de Pietro Fittipaldi hoje reserva da equipe Haas, e como foi o caso de Sergio Sette Câmara que compôs a equipe Maclaren como piloto de testes.
Os fatores que levaram o Brasil a essa escassez podem ser considerados culturais, quando que criamos o mau costume de não valorizar os pilotos pós Senna que não obtiveram os mesmos resultados do ídolo nacional, e fatores econômicos, ao passo em que a categoria foi ficando cada vez mais cara e a moeda brasileira se desvalorizou com o tempo, o que tornou impossível a competição com os grandes empresários que patrocinavam os pilotos de fora.
No grid atual temos exemplos de pilotos pagantes, o russo Nikita Mazepin é filho do bilionário Dimitryi Mazepin, principal acionista na UralKali, empresa de fertilizantes russa, que se tornou a principal patrocinadora da equipe americana, Haas, que além de ceder a posição de titular da equipe ao piloto Mazepin, modificou a própria pintura do carro para as cores da bandeira russa, o que nos dá a noção do tamanho da participação financeira desse grupo russo dentro da equipe.
Como o desenrolar da invasão e dos ataques da Rússia contra a Ucrânia, os países do ocidente se uniram para aplicar sanções econômicas e diplomáticas que se estenderam também ao mundo esportivo. A seleção de futebol russa foi desclassificada da copa do mundo, tivemos o cancelamento do GP da Rússia desse ano, atletas e comissões sofreram baixas em diversas modalidades esportivas. No automobilismo não foi diferente, além da remoção do nome do patrocinador, a Haas também removeu a pintura do carro, e mesmo que a FIA tenha concordado em autorizar a participação do russo Mazepin que iria correr defendendo uma bandeira neutra, alguns países estão proibindo a participação de pilotos russos, mesmo que em bandeiras diferentes, como foi o caso do Reino Unido, que vetou a participação de Mazepin para o GP de Silverstone.
A Sky Sports anunciou que a equipe Haas já teria tomado a decisão de romper com Mazepin, e teria escolhido o brasileiro Pietro Fittipaldi, que carrega o nome do avô, Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de fórmula 1, para assumir a vaga deixada por Mazepin.
Essa Informação levantou a expectativa de termos o Brasil de volta ao grid, e a dúvida com relação a veracidade dessa informação, visto que Pietro não conta com um aporte financeiro tão alto vindo de seus patrocinadores.
Seria uma chance incrível de o Brasil voltar a ter representantes no grid, se apaixonar novamente pela categoria e reaprender o valor de apoiar nossos pilotos não apenas em momentos de glórias. Além de todas essas conquistas, o mundo do automobilismo teria a chance de assistir dois nomes históricos da categoria dividindo a mesma equipe, Mick Schumacher e Pietro Fittipaldi, certamente seria um presente a todos nós.
A equipe Haas ainda não se pronunciou a respeito das notícias, cabe a nós a torcida para que possamos ver nossa bandeira apontando novamente em um grid de Fórmula 1.