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A burocracia que atrapalha na busca por um tratamento

Contagem de plaquetas de Caio Eduardo da Silva chegou a 10 mil, enquanto o normal é acima de 150 mil

Por Bruna Borges Criciúma, SC, 20/02/2019 - 08:35
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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O adolescente Caio Eduardo da Silva, de 15 anos, morador de Criciúma, não tinha apresentado problemas de saúde preocupantes até novembro do ano passado, quando, por conta de hematomas com acúmulo de sangue nos braços e nas pernas, foi levado pelos pais, Franciani Geórgia Eduardo e Marciano da Silva, ao Hospital São José. 

Exames realizados, constatou-se que Caio estava com uma contagem muito baixa de plaquetas, um dos componentes do sangue. Enquanto o normal seria acima de 150 mil, o garoto apresentou resultado de apenas 10 mil. 

Ele chegou a ser internado no início de janeiro e, após consulta com o hematologista no hospital, recebeu o encaminhamento de que precisaria fazer tratamento na sede criciumense do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc Criciúma). 

Chegando ao Hemosc, os pais foram informados de que o encaminhamento precisava ser feito via Secretaria Municipal de Saúde. Eles procuraram a Secretaria e obtiveram um encaminhamento para uma consulta com um médico clínico geral da Unidade de Saúde Central. 

Consulta realizada, eles voltaram à Secretaria de Saúde, onde receberam o encaminhamento para uma consulta com o médico hematologista da rede municipal. “Nós já temos o encaminhamento do médico hematologista do hospital para o tratamento no Hemosc, mas mesmo assim informaram que é necessário fazer a consulta com a médica da prefeitura”, comenta Franciani.

“Depois de nós pressionarmos muito, nós conseguimos uma consulta com essa hematologista do Município para o dia 8 de março. E o caso dele por enquanto não é grave, mas a gente não quer que se agrave. Quantas pessoas também podem estar esperando?”, questiona o pai. 

Espera preocupante

Enquanto a situação não é resolvida, os pais do adolescente estão bancando toda semana o pagamento de exames particulares para controlar o nível de plaquetas. Os valores oscilam entre 54 mil, 62 mil e 15 mil. 

“É muito frustrante. Hoje é uma oscilação de plaquetas, mas ela pode trazer muitas doenças. Já estamos há três meses nessa situação e por enquanto não conseguimos chegar ao Hemosc para fazer o tratamento adequado, saber exatamente o que ele tem e o que pode ser feito”, declara Franciani. 

Processo burocrático de encaminhamento

Ao saber do caso de Caio, a secretária municipal de Saúde, Francielle Gava, estranhou a necessidade que foi colocada à família de que o garoto passe por uma consulta com o hematologista, uma vez que ele já havia consultado com um especialista no hospital.

“Segundo as informações que o Estado nos passou, se o menino tem o encaminhamento do hematologista do hospital dizendo que ele deve fazer o tratamento no Hemosc, não precisaria ele passar por outra consulta com a hematologista da rede”, declara Francielle.

O que precisa, de acordo com a secretária, é que o tratamento no hemocentro seja solicitado via Secretaria Municipal de Saúde. “Com o encaminhamento do médico, eles teriam que ir à Secretaria Municipal de Saúde para que o pedido de tratamento fosse feito pelo Município, mas apenas o encaminhamento para o tratamento direto para o Hemosc, não para o hematologista”, pontua Francielle.

A gestora da saúde de Criciúma se comprometeu a analisar o caso de Caio para saber o que de fato aconteceu e poder resolver a situação. “Acredito que possa ter sido um desencontro de informações, talvez um funcionário em algum local não tenha entendido bem o caso”, observa. 


 

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