A presença feminina no setor carbonífero tem crescido e se destacado, trazendo novas perspectivas para a gestão, inovação e sustentabilidade. Mulheres em cargos de liderança compartilham as trajetórias e desafios, mostrando como a diversidade fortalece a indústria e contribui para um futuro cada vez mais estratégico e eficiente.
Neste Dia Internacional da Mulher- 8 de março – celebramos essas profissionais que ajudam a impulsionar o setor com competência e visão. Como a presidente do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc-Carvão+), Astrid Barato.
Há mais de 20 anos ela é gestora da Carbonífera Catarinense e desde 2022 aceitou o desafiou de liderar o setor que passa por grandes transformações com a Transição Energética Justa.
“Tem sido uma experiência marcante, repleta de desafios e aprendizados. Ao assumir essa posição de liderança senti o peso da responsabilidade, mas também a oportunidade de abrir novos caminhos, impulsionar transformações e inspirar outras mulheres a seguirem seus sonhos. Vejo o papel da mulher nas carboníferas como fundamental e em constante evolução”, destaca Astrid.
Assim como Astrid, diversas mulheres constroem sua história dentro do Setor Carbonífero. Confira:
“A minha vida é o Setor Carbonífero”
Há 22 anos a engenheira geóloga, Lisiane Beatriz Dal Mina, saiu do Rio Grande do Sul para atuar em uma das carboníferas do Sul catarinense. A oportunidade veio 15 dias após a formatura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).“Iniciei atuando na área de geologia, de pesquisa e subsolo. Minhas atividades eram concentradas no subsolo, com, também, algumas atividades em superfície”, lembra ela.
Atualmente, Lisiane atua como geóloga de mina na Carbonífera Metropolitana. Durante esse período, ela acompanhou a evolução do setor. Muito mais do que os avanços tecnológicos, os avanços ambientais, mas, também, da inserção das mulheres.
“Logo que eu cheguei era eu e mais uma ou duas mulheres atuando diretamente nas áreas técnicas nas minas em operação. Hoje a gente já tem um número muito maior, tanto na parte técnica como na parte administrativa”, pontua. “Eu diria que a minha vida é o setor carbonífero. Minha trajetória profissional inteira é relacionada ao setor em todos os níveis que ele possa atingir. O nível social, econômico, ambiental e profissional. Parte Técnica e pessoal também. Como eu acabei me mudando para cá, ao longo desses anos eu criei muitos vínculos. Com todos esses anos de convivência, eu diria que é uma segunda família”, completa.
“Uma área de desafios e inovações”
Há 17 anos a engenheira de minas, Graziela Torres Rodrigues de Oliveira, iniciou uma grande trajetória no setor carbonífero. Atualmente, no departamento de planejamento da Carbonífera Belluno, ela atua na superfície e diretamente no subsolo.
“Nos últimos anos, o setor carbonífero passou por diversas mudanças, tanto em termos tecnológicos quanto em relação às regulamentações ambientais e à transição energética”, destaca a engenheira.
Graziela não esconde o orgulho de fazer parte de um setor tão importante historicamente para o Sul catarinense e base da economia na Região Carbonífera. “O setor carbonífero faz parte da minha vida de uma forma muito intensa. A mineração sempre foi uma área de desafios e inovações, e fazer parte disso me faz sentir que estou contribuindo para algo real e concreto, trabalhando sempre voltada ao impacto direto na segurança das operações, na preservação do meio ambiente e na vida das pessoas que dependem da mineração”, finaliza.
“Gosto muito de trabalhar no setor e tenho muito orgulho disso”
Quando ainda cursava engenharia ambiental, Michele Rosso Dal Molin Pavei deu os primeiros passos no Setor Carbonífero. Ela ingressou na Gabriella Mineração em 2008, no Sistema de Gestão Ambiental da empresa. Após a faculdade, foi a vez de fazer o técnico em mineração e atuar diretamente na lavra e no beneficiamento do carvão. “Fiz pós em engenharia de segurança do trabalho, e hoje atuo no sistema de gestão integrado da empresa, de meio ambiente e saúde e segurança do trabalho, certificados pela ISO 14.001 e 45.001. Atualmente estou cursando engenharia de minas”, ressalta.
Durante esses quase 20 anos no setor, Michele acompanhou diversas evoluções com uma melhoria constante em processos com o foco na sustentabilidade, saúde e segurança do trabalhador. Mais que isso, o aumento do número de mulheres no setor, inclusive, atualmente, sendo liderado pela empresária Astrid Barato, presidente do Siecesc.
“Eu gosto muito de trabalhar no setor da mineração e tenho muito orgulho disso. A mineração de carvão é parte da identidade cultural e histórica da região. Por isso, me vejo parte da história do setor na região, principalmente da inclusão de mulheres em posição de destaque nesta atividade. O setor tem uma importância grande na nossa vida, pois é a base para o desenvolvimento econômico da região, gera muitos empregos diretos e indiretos e fornece uma energia segura, que não depende exclusivamente de condições climáticas favoráveis”, completa.
“Aprendi muito, cresci e vi o impacto direto do meu trabalho na geração de energia”
O início da trajetória da engenheira eletricista Janaína Quarti no Setor Carbonífero foi em 2011 quando ingressou na Carbonífera Catarinense, atuando na gestão de energia e manutenção elétrica. Em 2020 recebeu um novo desafio, de atuar na gestão de produção de uma das unidades da empresa. Atualmente, atua na gerência de operações da carbonífera.
“O setor carbonífero faz parte de toda minha vida profissional. Não é só um trabalho, é algo que moldou minha trajetória profissional e pessoal. Vi de perto as mudanças na indústria, os desafios que enfrentamos e a evolução das tecnologias. Ao longo desse tempo, aprendi muito, cresci e vi o impacto direto do meu trabalho na geração de energia, na economia e na vida de muitas pessoas. O carvão sempre foi fundamental no desenvolvimento industrial da região, e estar envolvido nesse processo é muito gratificante”, comenta ela.
Há mais de 20 anos, a Carbonífera Catarinense é administrada por Astrid Barato. Um exemplo dentro da empresa. “Estar em uma posição de liderança no setor carbonífero é desafiador e, ao mesmo tempo, gratificante. É um ambiente que exige conhecimento técnico, visão estratégica e, acima de tudo, a capacidade de lidar com pessoas, motivar equipes e tomar decisões que impactam diretamente a operação e o futuro da indústria. Liderar significa estar sempre aprendendo, se adaptando às mudanças do setor e buscando soluções para os desafios diários. Para as mulheres que estão iniciando sua jornada profissional, meu conselho é: confiem no seu potencial, sejam persistentes, busquem conhecimento e não tenham medo de ocupar espaços”, finaliza Janaína.
“Me sinto privilegiada”
Há 16 anos, a técnica em química, Denise Elisa Gielow ingressou na Carbonífera Rio Deserto para atuar na Mina 101, em Içara. “Acompanhei o processo de implantação da mina. No início é bem desafiador, pois além de ser uma etapa nova para mim também estava na fase inicial do processo nesta unidade”, relembra a supervisora ambiental.
Durante este período atuando no setor, Denise pôde acompanhar diversas mudanças e evoluções. Tendo em vista que a inovação e o cuidado ambiental fazem parte do dia a dia da atividade. Ela não esconde o orgulho de atuar na mineração de carvão.
“Esta oportunidade de trabalhar no setor carbonífero proporcionou conhecimento não só na área profissional, mas também na área pessoal. Me sinto privilegiada fazendo parte da empresa, sendo um exemplo para as outras mulheres que desejem entrar neste setor, sabendo que fazemos diferença onde estamos sendo realizadas neste ramo”, finaliza.
Com apoio de Carvão+