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A proteção à vida daqui que pode virar modelo nacional

RPV tem colaborado para controlar números de suicídios, e projeto de Criciúma será levado para a ministra Damares Alves

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 30/07/2019 - 16:10 Atualizado em 30/07/2019 - 16:16
Arquivo / 4oito
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Os índices ainda são preocupantes. "Afinal, enquanto uma vida for perdida assim, será alarmante", não cansam de dizer os voluntários da causa. Mas a valorização da vida em Criciúma está cada dia mais reforçada, pela atuação da Rede de Proteção à Vida (RPV). "Criamos esse grupo em 2015, reunindo grupos, pessoal do voluntariado, entidades e envolvidos, e o trabalho tem dado resultados importantes", destaca o técnico do Instituto Médico Legal (IML) e voluntário Almir Fernandes de Souza, da Cruz Vermelha.

Criciúma registrou até esta terça-feira, 30, 14 suicídios em 2019. No mesmo período do ano passado, haviam sido 12. Na região carbonífera, são 29 neste ano e 22 no ano passado. Aumentou numericamente, mas há um dado que mobiliza ainda mais os voluntários. "É que a RPV atua no pós, no apoio aos que tentam, sobrevivem e precisam de amparo, de orientação. É nisso que a rede vem atuando com muita eficiência", enfatiza Almir.

Ministra vai conhecer

A RPV vem funcionando tanto que o projeto foi levado recentemente ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. "Entregamos lá, os técnicos que nos receberam acharam muito interessante essa rede para valorizar a vida em apoio aos que sobrevivem às tentativas", confirma a professora Lisiane Tuon, da Unesc, que se interessou pela causa. "A nossa intenção é conquistar apoio federal para ampliar o projeto, torná-lo regional, levar para escolas, para outras entidades, criar uma cultura preventiva e efetiva de valorização da vida, para que cada vez mais esses índices diminuam", enfatiza.

O deputado federal Daniel Freitas, provocado pela professora Lisiane, se comprometeu em buscar uma reunião com a ministra Damares Alves para explicar a RPV e buscar o amparo necessário. "Precisamos de um convênio, de recursos para contratar equipes, ampliar o projeto, tornar ele mais abrangente, usando a estrutura da rede que já existe e colocando nela uma equipe permanente", expõe a professora.

Lisiane Tuon leva o projeto para Brasília, em busca de apoio federal

A luta contínua

Embora os números absolutos dos que atentam contra a vida tenham aumentado, os membros da RPV estão certos que o trabalho vem gerando frutos. "Afinal, se não houvesse a rede lamentavelmente os índices seriam piores", refere Almir. O voluntário afirma que, com a existência da RPV, tem sido possível monitorar a quantidade de tentativas. "Recebemos praticamente todo o dia demandas dos bombeiros, do Samu, dos hospitais que atendem pessoas que tentam contra a própria vida. Todo dia recebemos pedidos, manifestações do pós ocorrências para que se faça a abordagem e consigamos interromper as ações planejadas pelas pessoas", relata o voluntário.

Os números dos atendimentos constantes não estão sendo tabulados ainda. Mas a quantidade de vidas salvas e de pessoas reencaminhadas depois de períodos difíceis vem apontando o rumo certo do trabalho da RPV. "Conseguimos rastrear assim que o bombeiro sai da base, procuramos o Capes, a UPA que vai receber, fazemos um cerco e tem sido frequente isso", aponta Almir. "Os números seriam bem maiores se não houvesse a rede", opina.

Almir Fernandes e a importância da rede na prevenção e amparo

Treinamento para policiais

Atualmente, policiais militares de Criciúma vem sendo treinandos para encorpar a rede e dar o tratamento certo quando do atendimento de tentativas de suicídio. "Começamos esse treinamento quando daquele último caso público, que ganhou notoriedade, desde então fazemos cursos de nove semanas com os PMs, para tratar de abordagem, de integração, de orientação para esses casos, e vamos assim até outubro", explica o integrante da RPV. "Em breve começaremos o treinamento com policiais civis", completa.

Almir lembra o papel que o Centro de Valorização da Vida desempenha em Criciúma. "A rede acaba, com o passar do tempo, tendo um papel preventivo também, mas é indispensável o serviço do CVV no aconselhamento, na companhia, na demonstração de perspectivas para quem precisa", acentua. O CVV atende 24 horas no telefone 188.

Peça ajuda
Ao enfrentar pensamentos suicídas, o paciente emocional pode buscar auxílio pelos seguintes telefones:
CVV – 188
Nuprevips – (48) 3431-2764
Ceres (Associação Criciumense de Apoio à Saúde Mental) – (48) 3437-6555
Centro de Atenção Psicossocial (Caps) I – (48) 3403-7350
Caps II – (48) 3445-8736
Caps III – (48) 3403-34500
Caps II para Álcool e Outras Drogas – (48) 3445-848 
Também é possível procurar ajuda pessoalmente na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima

A RPV conta com diversos membros como o próprio CVV, Centro de Apoio Psicossocial (Caps), Núcleo de Prevenção a Violência e Promoção da Saúde (Nuprevips), Associação Criciumense de Apoio à Saúde Mental (Ceres), Alcoolicos Anônimos (AA) além de PM, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Samu e hospitais. "Além da Unesc tem o Serviço de Psicologia Aplicada da Esucri e tem voluntários, psicólogos e clinicas particulares que se oferecem para encaixar consultas para essas pessoas que precisam de acompanhamento", conclui Almir.

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