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A segunda primeira vez de Paulo Baier

Foi em Criciúma que ele conquistou o primeiro título como jogador de futebol e também como treinador

Por Lucas Renan Domingos Criciúma, SC, 06/11/2018 - 08:05
Primeiro ele quer férias, mas não descarta uma renovação para a Série B no ano que vem/Foto: Guilherme Hahn/Especial
Primeiro ele quer férias, mas não descarta uma renovação para a Série B no ano que vem/Foto: Guilherme Hahn/Especial

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No último domingo, o ex-jogador e agora treinador Paulo Baier chegou ao sétimo título em sua carreira. Depois de conquistar seis campeonatos enquanto ainda calçava as chuteiras para jogar profissionalmente, ao levantar a Taça Zélio Prado, da Série C do Campeonato Catarinense 2018, comandando o Próspera, ele soltou mais uma vez o grito de campeão em sua trajetória.

A chegada ao trunfo na terceira divisão do estadual foi a primeira vez que o aposentado meio-campo, ídolo do Criciúma e de tantos outros clubes pelos quais passou, se tornou vencedor fora das quatro linhas, atuando como técnico. Quisera o destino que o primeiro título como treinador acontecesse também na cidade em que ele foi campeão pela primeira vez como jogador.

“Como atleta foi pelo Criciúma. Em 1998, contra o Tubarão no Campeonato Catarinense”, recorda Baier. “Agora, iniciando os títulos como técnico também aqui. Criciúma, Santa Catarina. Já criou todo uma mística entre a minha carreira e esse lugar”, sorri. Apesar de ser um campeonato de uma divisão inferior, ele vê a conquista como um momento importante em sua vida dentro do futebol.

A primeiro título dele como jogador também foi em Criciúma quando defendia o Tigre / Foto: Guilherme Hahn/Especial

A experiência à beira do gramado é algo ainda recente para Baier, mas que vinha sendo planejada há tempos. Depois de anunciar a sua aposentadoria, jogando pelo São Luiz de Ijuí em 2016, prestes a completar 42 anos, na entrevista após o fim do jogo, ele já havia demonstrado seu interesse em assumir a função de treinador.

“Quando cheguei aos 30 anos eu comecei a me interessar, porque alguns treinadores que me inspiram muito, começou a me dar uns toques, como o Tite, o Geninho, Antônio Lopes, o Celso Roth. Eles falavam que eu tinha liderança, tinha leitura de jogo. Eles foram treinadores que quando eu cheguei para encerrar a minha carreira, eu comecei a observar. E daí eu comecei a ter ideia”, comenta.

A preparação e o primeiro trabalho

Já pensando em um futuro, fez o curso do Sindicato de Treinadores Profissionais do Rio Grande do Sul, fez estágios em clubes do Brasil até aparecer a primeira oportunidade. O clube que teria Baier como técnico pela primeira vez, era pra ser o Panambi, cidade próxima a Ijuí. Ele chegou a ser anunciado no início de 2017, mas acabou recuando.

“Tinha dois presidentes no clube. Estava meio complicado, então preferi me afastar para deixar eles se arrumarem primeiro”, lembra. No fim do ano passado assumiu o Toledo do Paraná para a disputa do Campeonato Paranaense de 2018, onde fez uma boa competição, até chegar ao Próspera no mês de agosto, onde o título de campeão da Série C veio como um reconhecimento do trabalho.

“A gente está aqui pra isso. Desde quando cheguei ao Próspera deixei claro que não tinha vindo só para participar. Meu objetivo era maior, esperava no mínimo a semifinal. Quando chegamos nesta condição, chamei os jogadores e falei que era hora de vencer, de escrever nome na história do Próspera, de deixar o rosto gravado no vestiário”, revela o Baier.

A Taça Zélio Prado, que agora faz parte da coleção de títulos do Próspera / Foto: Guilherme Hahn/Especial

A Série C não foi um campeonato simples, longe do glamour das grandes competições às quais disputou quando era jogador. Passou por algumas adversidades, como a dificuldade em montar o time sem informações dos times opostos, a estrutura mais simples do Próspera e até as atitudes nada legais dos adversários. Na semifinal contra o Caçador, no jogo de volta, na casa da Caçadorense, o vestiário e o banco de reservas do Time da Raça foram infestados por creolina.

“Isso é várzea. Estouraram foguete a noite toda, depois isso no vestiário. Mas nós só temos a agradecer o Caçador por isso. Eles nos motivaram. Talvez se tivessem jogado certinho, poderiam ter ganho da gente”, comenta o treinador.

Disposto a continuar no projeto

Passada a competição e com o título de campeão garantido, Paulo Baier não esconde o desejo de continuar à frente do Próspera. “Se a gente sentar e conversar, não tem nada que me impede de continuar. Acho que o projeto tem que continuar. Mas agora preciso de umas férias. Não é fácil comandar 30 cabeças, todos querendo jogar”, brinca. “Vou lá para Ijuí depois voltamos a falar sobre o assunto”, completa.

Questionado se chegou a alguma vez ser procurado por algum clube de maior expressão, antes e depois da chegada ao Time da Raça, ele nega. “Não. Na verdade eu sempre tive em mente que tenho que ir crescendo aos poucos. Quero aprender ao máximo e ir subindo degrau a degrau para quando chegar a um grande clube, ter um trabalho duradouro, de dois, três anos”, aponta.

A união que leva ao título

Se Baier continuará ou não vestindo a camisa do Próspera, só o futuro e as negociações com a diretoria do clube dirá. Porém, se permanecer, sabe que de uma coisa não abrirá mão: provocar a união do time. “Mesmo jogando futebol há mais de 20 anos, nunca vi um grupo tão unido. A gente tinha jogadores de 16 anos no banco até o nosso goleiro com 38. Todos se abraçaram. Eu contribui com a conquista da Série C, mas foram os jogadores que trouxeram esse título para a cidade”, frisa.

Depois de ser campeão em Itajaí, o grupo do Próspera voltou para Criciúma para festejar com a torcida. Baier confessa ter ficado surpresa com tamanha repercussão e receptividade. “Fiquei impressionado e feliz. Acho que tinha mais de mil pessoas aqui no estádio. Isso mostra que fizemos algo bom. Espero que o Próspera continue nesta caminhada, comigo ou não. Mas esse título da Série C, com certeza, tem um gosto especial”, conclui. Para fechar a conquista, Baier ainda foi escolhido o melhor técnico da Série C na premiação dos Destaques do Catarinense Série C, que aconteceu ontem.

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