Foi bastante fraca em relação ao movimento de passageiros a retomada do transporte coletivo em Criciúma, a partir das 6h30min desta segunda-feira, 24. Logo cedo, a Polícia Militar marcou presença nos terminais do Centro, Próspera e Pinheirinho. Por volta das 7h, o Terminal Central não acolhia nem cem usuários, quando em épocas de normalidade estaria com filas e lotação total. O vazio da escadaria de acesso à plataforma e da galeria confirmavam a inquietante situação.
Trata-se da segunda retomada do transporte. Quando do início da pandemia de Covid-19, em Santa Catarina, a primeira suspensão do transporte se deu a partir de 19 de março, a partir de um decreto do governador Carlos Moisés. Depois de longa suspensão, houve a retomada em 8 de junho, com rígido protocolo e horários restritos. Porém, um novo avanço dos casos de coronavírus fez o Estado ordenar a suspensão a partir de 17 de julho. Na última semana, fazendo uso de uma nova leitura das determinações do Governo do Estado, o prefeito Clésio Salvaro assumiu a decisão local de retomada do serviço a partir desta segunda-feira.
"É uma volta gradual, aos poucos. Mas tem bastante ônibus circulando", afirmou o presidente do Sindicato dos Motoristas de Criciúma, Clésio Fernandes, o Buba, elogiando o esforço da Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU). "As empresas estão colocando ônibus conforme a demanda. Quanto mais passageiros, mais trabalhadores eles chamam e mais ônibus colocam. Mas eles estão se esforçando para não haver lotação. Colocaram de novo, por exemplo, o Expresso, que faz a mesma linha do Amarelinho e faz com que tenha menos gente no Amarelinho, evitando lotação", destacou.
Eram raros os ônibus, na primeira hora de serviço do transporte coletivo, que contavam com mais de dez passageiros, tanto os Amarelinhos quanto os brancos, que fazem as conexões com os bairros. A ACTU promoveu um reforço no protocolo dos carros. Colocou dispensers com álcool gel junto a todas as portas, corrigindo uma situação que era reclamada na retomada anterior da atividade. "E colocaram essa proteção acrílica para os motoristas", acentuou Buba.
Cobradores fiscalizando
Os cobradores estão trabalhando também. "Tem bastante trabalho pra eles, são como fiscais dentro dos ônibus. Eles que controlam o uso da máscara pelos passageiros e ficam, o tempo todo, colocando álcool nos bancos, depois que os passageiros saem", disse o presidente do Sindicato. No momento em que ele dava essa explicação na Rádio Som Maior, um Amarelinho estacionou na plataforma, desembarcaram cinco passageiros e, de fato, o cobrador fez isso. Saiu do seu lugar e, com a garrafa de álcool gel em punho, higienizou os bancos que estavam ocupados por essas pessoas.
Na observação feita pela reportagem no Terminal Central, todos os passageiros estão usando máscaras e o distanciamento era observado, embora a pouca quantidade de pessoas circulando. "Estamos nos cuidando, é máscara, é álcool gel, e mantendo a distância", disse Gabriel Silva, morador do Centro e funcionário de uma empresa da Próspera, para onde estava se deslocando por volta das 7h30min, aguardando o Amarelinho. "Estava trabalhando home office até agora. Mas esse retorno é muito bom, a comunicação melhora com os colegas na empresa", reforçou, aliviado com a retomada dos ônibus.
Mesmos horários
A ACTU confirmou a a volta dos ônibus nos mesmos horários que vinham sendo praticados antes da última suspensão: de segunda a sexta-feira, das 6h30min às 8h30min, das 11h às 13h30min e das 16h30min às 19h30min, e aos sábados das 6h30min às 8h30min e das 11h às 13h.
Sobre a pouca frequência dos passageiros nas primeiras horas da segunda-feira, o presidente do Sindicato dos Motoristas entende que "o passageiro não veio hoje pois o prefeito coloca, o governador tira. A dúvida das pessoas esvaziou os ônibus. A dúvida até nossa. Eu vejo agora que não se tira mais ônibus. Vão baixar esses casos e os nossos motoristas vão voltar ao trabalho", finalizou.
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