A menina de 14 anos resgatada no último sábado (1°) sob cárcere privado em uma casa no Ermo havia se relacionado com o sequestrador, de 42 anos, por meio de um jogo eletrônico. Segundo o delegado da Polícia Civil (PC), Yuri Miqueluzzi, ela não passava por um bom relacionamento com os pais quando fugiu com o homem.
“Pela idade, fase da adolescência, ela estava em um momento de desentendimento com os pais. Se aproveitando da vulnerabilidade da adolescente, ele conseguiu convencer ela, que se deslocou até o local informado pelo agressor. A partir daí, ela passou a ter uma série de privações, só precisa ser confirmado o que ela estava se submetendo de forma espontânea e voluntária, e o que não”, explicou.
A menina ficou desaparecida por 18 dias. “Ela ficou afastada de casa, a família muito preocupada, não sabia se estava viva ou não”, frisou o delegado. Segundo ele, o sequestrador já possui histórico envolvendo fatos semelhantes. “Ele já tem histórico com outras duas meninas também, que foram atraídas e cooptadas para se encontrarem com ele nesses mesmos modos”, completou.
Na cidade de Ermo, no interior de Santa Catarina, a prisão foi realizada de forma pacífica. “A cidade em si não é grande, é uma cidade rural. Foi na parte central da cidade, mas afastada. Os vizinhos não suspeitavam, é uma situação atípica”, disse Miqueluzzi. “Eles acataram as ordens dos policiais. Quando ela chegou, se sentiu aliviada e pôde reestabelecer o contato com a família”.
Com um mandado de prisão já expedido pela Justiça do Paraná, o sequestrador foi preso em flagrante e encaminhado ao presídio de Araranguá. A menina foi encaminhada de volta para a família, em Toledo.
Foram cumpridas quatro buscas domiciliares. A operação foi realizada no último sábado pela Polícia Civil de Toledo (PR), que iniciou a investigação, em parceria com o Tigre/PCPR, DIC de Criciúma, DP de Turvo, DP de Timbé do Sul, DP de Ermo, equipe da PC/RS, CyberLab da Diretoria de Inteligência e Saer.