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Alcoolismo feminino aumentou 30% na última década no Brasil

Mesmo mulheres sem dependência alcoólica têm maior risco de desenvolver transtornos mentais e patologias físicas devido ao consumo contínuo de álcool

Por INSTITUTO DE NEUROCIÊNCIAS DR. JOÃO QUEVEDO 28/05/2021 - 09:10 Atualizado em 28/05/2021 - 09:48 * Conteúdo de responsabilidade do anunciante
Foto: Divulgação
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Nas últimas informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) antes da pandemia, o número de brasileiros que ingerem bebida alcoólica semanalmente subiu, e a alta foi impulsionada pelas mulheres, embora seja mais prevalente entre os homens. Em pouco mais de uma década, o consumo de álcool pela população feminina cresceu aproximadamente 30%.

Quando se trata de alcoolismo, os números são também muito alarmantes. Antes havia sete vezes mais homens que faziam o uso abusivo e prejudicial do álcool do que mulheres, mas atualmente a prevalência entre os sexos é cada vez mais semelhante. Entre as que fazem consumo, uma em cada quatro mulheres fazem consumo pesado de bebidas alcoólicas, sendo que 2% desenvolve algum grau de dependência.

 

Alcoolismo progride mais rápido nas mulheres
Para o psiquiatra e diretor técnico médico do Instituto de Neurociências Dr. João Quevedo (InJQ) de Turvo, Dr. Rafael Arceno, os dados são preocupantes, visto que o consumo inadequado de álcool está associado a doenças de vários sistemas, que nas mulheres acabam progredindo mais rapidamente.

 

Ele explica que isso acontece pois, geralmente, o sexo feminino:

apresenta menor concentração de enzimas que fazem a metabolização do etanol (álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase);

possui maior absorção intestinal de álcool;

possui maior proporção de gordura corporal;

possui menor quantidade de água.

"Por esses fatores, as mulheres têm maior concentração de etanol no sangue após a ingestão da mesma quantidade de bebida, quando comparadas aos homens", explica o psiquiatra.

 
Riscos de doenças
 

Dr. Arceno ainda acrescenta que, mesmo sem dependência, mulheres que consomem mais gramas de álcool por dia têm maior risco de desenvolver:

câncer de mama;

osteoporose;

hipertensão arterial;

acidente vascular cerebral (AVC);

cirrose;

esteatose hepática (gordura no fígado).

"Quando se trata de transtornos psiquiátricos, a grande maioria é mais comum naquelas que abusam do consumo alcoólico quando comparadas aos homens que também exorbitam e mulheres que não bebem", pontua Dr. Arceno.

Não restrito a doenças, mas o álcool também está relacionado a grande parte dos acidentes de trânsito, violência e problemas familiares.

Pandemia potencializou

Tudo isso foi agravado pela pandemia de Covid-19, devido às altas cargas de estresse e limitações das atividades que trazem alívio.


Por isso, mesmo em tempos difíceis, Dr. Arceno ressalta que é imprescindível que se busque estratégias de enfrentamento desse cenário que não sejam maléficas, mas realmente resolutivas, não efêmeras.


Procurar um profissional da saúde mental auxiliará nos problemas trazidos pela rotina desafiadora e também nas compulsões desenvolvidas. "Um tratamento adequado daquilo que é motivo do exagero no consumo de álcool pode prevenir o desenvolvimento de muitas adversidades", alerta o médico.

Instituto de Neurociências Dr. João Quevedo (unidade Turvo) - Diretor Técnico Médico: Rafael Arceno - Psiquiatra (CRM-SC 18.994 e RQE 14.708)

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