Fundador do Instituto de Pesquisa Catarinense (IPC), Renato Rampinelli, está neste meio desde 2000. As eleições são o grande foco, mas, existem levantamentos ao longo do ano. Ele já foi ameaçado e garante que na maioria dos casos os resultados foram corretos. As histórias deste período Rampinelli contou no Nomes & Marcas deste sábado (24).
“É muita pressão no meio político, envolve pessoas campanhas e dinheiro, ninguém quer perder. Eu tenho 12 eleições e em todas tem isso, do número tá errado, da checagem e das ameaças”, contou. Os anos de eleição são os mais tensos. “Mais um ano prestando trabalho sério, correto, sempre procurando aproximar o trabalho do resultado da urna”, disse.
Antes de trabalhar com pesquisas, Renato Rampinelli passou pelo seminário e depois foi vendedor de planos de internet, em 1997. Em 2000 iniciou o curso de Economia e logo no segundo semestre se envolveu com a área que está até hoje. “No início de 2000 pegamos a eleição do Eduardo contra o Décio em Criciúma, como coordenador de campo do Ipat da Unesc. Dali por diante, pesquisa até hoje”, lembrou.
Abertura do IPC
Com sete anos de experiência em pesquisas, em 2007 Renato Rampinelli abriu o IPC. “São momentos tensos e diferentes. Eu trabalhava como coordenador de campo, a pessoa que nos defendia, que respondia pelo trabalho era o Marcos Back”, lembrou. Como chefe de instituto, já foi ameaçado e diz que não tem medo de nada. “Quando tu está na linha de frente, respondendo por todo o trabalho, a responsabilidade é diferente, eu comecei a viver isso”.
Confira a entrevista na íntegra:
Como são feitos os cálculos?
Segundo ele, em 95% das eleições que participou as pesquisas deram certo ou dentro da margem de erro. Diz que cada pleito é diferente, funcionando como um pós-doutorado. O trabalho realizado durante o período eleitoral envolve aproximadamente 60 pessoas, com até quatro equipes ouvindo os eleitores.
“Existe um cálculo estatístico de acordo com a população. É pegar dois copos de café, um cheio e outro pela metade, o cheio para ver se tá azedo você toma um gole, o mesmo vale no pela metade. É mais fácil prever o resultado em uma cidade como Criciúma ou Porto Alegre do que Treviso ou Nova Veneza, onde 10 ou 15 votos representam bastante”, afirmou.
Rampinelli lembrou que muitos eleitores deixam para decidir seus votos no dia da eleição. De acordo com ele, institutos de pesquisa, como Ibope e Datafolha seguem outros métodos, mais individuais. O controle realizado pelo IPC utiliza também o Google Maps para conferir se as pesquisas foram feitas de modo certo, sem privilegiar regiões.
“A pesquisa eleitoral não pode durar muito, quanto mais próximo da eleição, menos vida útil ela tem. Geralmente uma pesquisa em Criciúma a gente coloca três equipes, a cada quatro pesquisadores tem um coordenador, para indicar onde será feito, quantos homens serão ouvidos e quantas mulheres serão, é preciso fazer por renda e também por idade, senão o resultado vai ser distorcido”, lembrou.
Outros trabalhos
Para Rampinelli, o resultado positivo provado nas urnas abre portas para a iniciativa privada. “As empresas fazem pesquisas para planejamento. Depende muito mais como está a economia do país, isso reflete no nosso segmento, a gente faz no Brasil inteiro por telefone. Algumas pessoas físicas fazem pesquisa antes de montar um negócio para ver se tem viabilidade”, contou.