A greve deflagrada no último dia 11 por trabalhadores dos Correios em todo o Brasil foi suspensa a partir das 22h desta terça-feira, 17. "Foi uma greve histórica", avaliou Samuel de Matos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios e Telégrafos em Santa Catarina (Sintact). Os Correios fizeram circular nota nesta quarta registrando que "empregados dos Correios deliberaram pelo fim da paralisação parcial das atividades da empresa".
O acordo foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). "Em audiência na última quinta-feira, o TST recomendou essa suspensão da greve, propondo que a empresa não faça descontos nos salários pelos dias parados e estenda o acordo coletivo até o dia 2 de outubro, quando haverá o julgamento sobre o acordo coletivo e as nossas pautas no próprio TST", apontou Matos. "Na prática, essa já era uma proposta que a empresa vinha negando e a gente já havia aceito. A empresa voltou atrás", detalhou.
Enquanto isso, não haverá novas negociações até o dia 2. "Não tem mais negociação aberta, a empresa se recusa a negociar além disso e o TST é quem vai julgar", observou o sindicalista.
Adesão alta
Em uma das poucas parciais que os Correios divulgaram desde o dia 11, a empresa apontava para uma adesão de 20% ao movimento em Santa Catarina. O Sintact, porém, oferece números bem diferentes. "Foi uma das greves mais fortes da nossa categoria, foi uma greve histórica em nível nacional, surpreendeu até a gente do sindicato", informou. "No setor operacional, chegou a 70% de adesão em Santa Catarina", estimou Matos.
O desafio dos trabalhadores, agora, é lidar com a demanda represada. "Sim, vai ter muita coisa para entregar. Vamos levar algum tempo para retomar a regularidade, já era difícil antes, agora ficou mais complicado", reconheceu. Os grevistas voltaram ao trabalho normal nesta quarta-feira pela manhã.