É inegável que a rivalidade Brasil x Argentina mexe com a cabeça do torcedor, a ponto de presenciarmos partidas épicas, tanto entre seleções como por clubes. Se a Seleção Canarinho leva larga vantagem nos confrontos contra a pátria de Maradona e Messi, nas competições por clubes a situação é diferente. E não apenas nos jogos de hoje, mas na história. Mas por quê? O que leva eles a serem, ao menos em termos de conquistas, tão superiores a nós no futebol? Nós explicaremos a seguir.
Por muitos anos a Libertadores não foi vista como prioridade no calendário anual de clubes brasileiros. Nas décadas anteriores, até meados dos anos 80, a conquista projetada e valorizada (pasmem) eram os campeonatos regionais, além do Brasileiro. Tinha um charme e uma espécie de sabor especial você ser dono do seu Estado, com confrontos que lotavam estádios e eram esperados por milhares de torcedores. O futebol carioca e paulista, por exemplo, por anos tinham seu foco nos jogos do Maracanã e Pacaembu, que decidiam títulos que eram celebrados pelo resto do ano.
Em contrapartida, para a competição continental, não iam com força máxima, e aqui não falamos apenas em termos de elenco e número de jogadores, mas também em relação à disposição e relevância. Além disso, eram verdadeiras guerras campais enfrentar argentinos e uruguaios, onde se via de tudo, e por muitas vezes o que menos se via dentro de campo era futebol jogado com a bola, de forma limpa. Dentro das quatro linhas era quase uma terra sem lei, e as cicatrizes poderiam ser grandes.
Obviamente que isso não é uma desculpa absoluta para explicarmos o porquê dos nossos vizinhos despontarem nas conquistas da América, pois presenciamos grandes jogadores e times espetaculares ao decorrer dos anos. Mas nas últimas décadas os clubes brasileiros começaram a olhar com mais carinho para a competição mais importante do continente, a premiação começou a ficar mais tentadora, além de uma organização de torneio mais digna, com mais futebol do que com batalhas como citamos no parágrafo anterior.
Isso teve efeito imediato, e do ano 2000 para cá vimos um equilíbrio maior nas conquistas por países. Os clubes brasileiros aprenderam a “sofrer” e entenderam que muitas vezes se ganha com raça ao invés da técnica, apesar de o ideal ser essas duas características andarem lado a lado. Esse ano poderemos celebrar uma conquista de equipe brasileira, mas, ainda assim, continuaremos atrás na fila, se comparados aos clubes Argentinos.
Veja a lista completa de conquistas por países da América do Sul:
1º Argentina - 25 títulos
2º Brasil - 20 títulos (já contando a edição deste ano)
3º Uruguai - 8 títulos
4º Colômbia e Paraguai - 3 títulos
5º Chile e Equador - 1 título