As explicações para o congestionamento na Serra do Rio do Rastro (VÍDEO)

O fim da tarde desta terça-feira, 11, foi de transtornos na SC-390, a rodovia que liga Lauro Müller a Bom Jardim da Serra na Serra do Rio do Rastro. Um grande congestionamento pautou inúmeras reclamações. "Absurdo isso aqui. Estamos há uma hora na fila, é fila para tudo quanto é lado. Cada caminhão que vai passar, paralisa tudo", reclamou uma condutora que passava no trecho e enviou o vídeo abaixo à redação do 4oito. "Isso que nós estamos na quarta curva da descida da Serra. Tudo parado. As carretas com seis eixos acabam trancando na curva e dá essas filas enormes", completou

Conforme o coordenador regional de Infraestrutura do Governo do Estado, Gustavo Taufembach, o congestionamento teve relação com um acidente envolvendo uma carreta no trecho. "Há uma logística para que quando os veículos pesados sobem e descem, que não se encontrem nos trechos mais sinuosos, se encontrem nos trechos onde há mais espaços para manobras. Ontem foi algo ocasional, um acidente de ficar preso em uma curva. De modo geral o fluxo está sendo liberado normalmente nos horários especificados", afirmou, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior.

O ex-prefeito de Içara, Júlio Cechinel, passou na rodovia no momento dos problemas no trânsito. "Essa reforma que estão fazendo é muito boa. Mas está havendo transtornos. Eles abriram das 17h às 20h, não sei porque só até 20h. Poderia ser até a manhã seguinte essa abertura. Daí fez uma fila incrível, caminhão buzinando", apontou.

Ocorre que a Serra do Rio do Rastro está passando por obras de contenção das encostas, que sofriam com constantes deslizamentos. Por conta disso, há um cronograma sendo cumprido, de bloqueios da rodovia e liberações ao tráfego de segunda a sexta-feira das 5h às 8h e das 17h às 20h. Nos demais horários, a SC-390 fica fechada ao tráfego para o trabalho da empresa contratada.

Mais sobre a obra

"Uma das razões para ter restrições é por entender que a Serra estava doente. As quedas de blocos aconteciam a todo momento, isso era muito instável e inseguro passar por ela", referiu Taufembach. "Durante a execução das obras ela tende a se fragilizar ainda mais, estamos mexendo nas encostas. Tende a ficar ainda mais imprevisível, de quando se dará essa queda de blocos. Quando liberamos o tráfego somente nesses horários, entendemos que os operadores que estão executando o serviço mitigam algum eventual deslizamento que ocorra", detalhou. 

Taufembach observou que, se houvesse liberação total do tráfego à noite e madrugada, não haveria controle de eventuais acidentes com as rochas que podem, com a intervenção atual, sofrer mais quedas. "Se houver um acidente de madrugada não haverá controle. Hoje o serviço ainda é invisível, é a primeira etapa, a limpeza, depois quando lança-se mão de maquinário pesado e equipamentos robustos, daí a probabilidade de acontecer um acidente é muito maior", emendou.

A obra está sendo executada com recursos federais. São mais de R$ 19 milhões em um contrato de doze meses, com previsão de encerramento em maio. "No edital, o volume de obras em prazo de 12 meses continha um plano de trabalho no qual especificava que a empresa vencedora do processo, quando atuasse no trecho sinuoso da Serra, ela poderia operar com o sistema de bloqueio total da Serra do Rio do Rastro, isso era previsto em edital e a empresa venceu a licitação com base nisso", lembrou o coordenador. "A empresa por entender que isso traria um grande impacto econômico acabou por vezes liberando o tráfego, sabendo que isso poderia causar impacto no cronograma", observou.

Ele lembrou que a abertura e fechamento não se limitam aos horários pré-fixados, pois há um preparo prévio e a atuação pós tráfego que exigem atividades espeicias. "Não é de fato as seis horas que são liberadas, há um pré e um pós, para garantir as condições de tráfego, existem serviços de um dia para outro, materiais na pista, e há um pós, quando o último veículo adentra na Serra às 8h, ele só vai sair lá em cima às 8h45min. Existe um impacto no cronograma, e foi uma sensibilidade da empresa, mas se seguisse o edital haveria um bloqueio total", relatou.

As reclamações do sábado

No sábado passado houve longas filas na SC-390 por conta de redução de uma hora na faixa de liberação matinal. A rodovia ficou aberta das 5h às 7h, tomando muitos motoristas de surpresa. "De fato houve essa fragilidade na comunicação. Começamos a divulgar na sexta-feira, mas não chegou em todas as frentes. Acontece que foi necessário abater essa hora de abertura na manhã de sábado pois a empresa havia estendido horário em outro momento", referiu Taufembach.

"Daí decidimos que, nos sábados de agosto, nessa etapa inicial da obra, os trabalhos ocorrerão das 7h às 12h. Ou seja, a liberação será às 12h com novo bloqueio às 8h de segunda-feira", completou.