Quem entrar em um ônibus em Criciúma pode sentir falta da presença de alguns assentos dos bancos. Isso porque, em algumas linhas, os bancos duplos tiveram de ter um de seus assentos removidos, já que mesmo com a demarcação em faixas e as orientações de distanciamento, nem sempre os passageiros seguiam as ordens.
"Na semana passada nós decidimos tirar os assentos de alguns ônibus, o pessoal via a faixa indicando para não sentar e mesmo assim se sentavam, para conversar com quem tava do lado. Na mesma semana chegamos a repor, depois de algumas reclamações. Pode ser que o pessoal tenha desrespeitado de novo e tenha sido tirado em mais algumas linhas", declarou o Presidente da Associação Criciumense de Transprote Público (ACTU), Everton Trento.
Everton ressalta ainda que, com algumas exceções bastante pontuais, as pessoas estão em sua grande maioria cumprindo as orientações sanitárias para retorno do transporte. "Não tivemos nenhum incidente de gente que não usou máscara e nem nada. Todos com máscara e álcool em gel. O que tem é que as vezes o pessoal não respetia esse distanciamento, principalmente no terminal, porque querem ficar conversando", pontuou.
Movimento segue baixo
A segunda semana após o retorno do transporte público em Criciúma vai se encerrando, e o movimento de passageiros continua bastante baixo. Trento destaca que houve uma pequena melhora em comparação com a semana anterior, mas nada muito significativo.
"Na semana passada estávamos trabalhando com 5 mil passageiros por dia, agora passou para 6 mil. A situação ainda é complicada, algumas empresas deram férias coletivas, o comércio quase parando, 50% de capacidade e escola não funcionando, tudo isso pesa. Ainda tem a situação de algumas empresas que contrataram vans ou deram gasolinas para seus funcionários, tudo isso complica", declarou.
Algumas mudanças foram traçadas com base na reunião realizada nesta quarta-feira, 17, pela ACTU, em que a empresa avaliou os prós e contras no retorno do transporte. Entre as mudanças, está a inclusão de um interbairros, que vai de um bairro ao outro sem passar pelos terminais, e a consulta a algumas empresas que solicitaram um horário diferente para o atendimento de seus funcionários.
Tem a questão daqueles trabalhadores em que o ônibus passa às 6h, e ele chega em cima da hora no trabalho. Então estamos vendo com algumas empresas e setores antecipando a saída para colaboração, adaptando tanto de manhã quanto de tarde ali", disse Trento.