Com a pandemia, a saúde mental de milhares de pessoas foi colocada à prova. O isolamento social trouxe sentimentos de tristeza e angústia para muitas casas. Tal situação agravou e/ou potencializou diferentes condições. Pensando nisso e no bem-estar da população, a Câmara Municipal de Criciúma promoveu nesta quinta-feira, 10, uma audiência pública para debater políticas públicas de saúde mental. A iniciativa surgiu a partir de uma reunião da Frente Parlamentar Sobre Drogas e Saúde Mental, e foi conduzida pelo vereador Manoel Rozeng (DEM).
“É de extrema importância falar sobre saúde mental, já que saúde mental sempre foi negligenciada por todos. Atualmente, dada a situação pandêmica no mundo, finalmente ela vem à tona como um grave problema de saúde pública, que já identificado por muito tempo na sociedade. Parabenizo por trazer à sociedade este momento importante de diálogo, principalmente, em que nós vivemos uma ameaça de retrocedermos com as políticas de saúde mental que foram duramente conquistadas nestes 20 anos de reforma psiquiátrica”, ressaltou a representante do Conselho Municipal de Saúde e coordenadora do Nuprevips, Ana Losso.
A psicóloga da Unesc, Tatiane Vanessa Rodrigues Macarini, alertou sobre o uso excessivo de medicamentos. “Nós estamos vivendo um momento em que a medicação tem sido cada vez mais evidenciada para lhe dar com sintomas e sinais que são normais ao ser humano. Não podemos esquecer, que temos tratado sintomas normais, como anormais e medicalizando a nossa saúde mental, especialmente, de nossas crianças e adolescentes. Que, atualmente, vivem num mundo muito mais virtual, menos humanizado, pouco contato e vivendo uma pandemia, com vários direitos humanos violados, então nós temos a produção do adoecimento em massa”.
Representando a Nossa Casa e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Thayara Heitich falou sobre a importância dos serviços de saúde mental. “Nós aqui, na Nossa Casa, utilizamos os equipamentos de saúde mental a todo tempo e momento. Somos parceiros, muitas vezes, da Rede que nos auxilia e nos socorre em diversas situações, não só com as crianças e adolescentes que estão aqui conosco, mas com suas famílias. Negligência e violência, tudo isso tem a ver com saúde mental, pois muitas famílias tem dificuldade de lidar com seus conflitos, até mesmo pela violência que sofrem”, pontuou.
Também participaram da audiência pública, de forma virtual, a psicóloga da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, Lílian Motta Gomes; o comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Sandi Muris Sartor; a representante da Sociedade de Psicologia de Criciúma, Silvia Nagel; a membro da Associação Brasileira de Saúde Mental, Dipaula Minotto da Silva; Além de diversos profissionais relacionados à saúde mental que atuam em Criciúma e região.