Depois de mais de 20 anos ausentes, os botos voltaram a aparecer no Rio Araranguá . O retorno dos animais pode significar uma possível recuperação ambiental, e atraiu a atenção de pescadores e pesquisadores, sendo monitorado por profissionais da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).
Segundo Rodrigo Machado, um dos líderes dos estudos e professor da Unesc, os contatos não aconteciam há cerca de 25 anos. Na época, os pescadores e os animais praticavam a pesca colaborativa, o que era uma tradição na região. "É uma colaboração mútua entre pescador e boto, um ajuda o outro", explica, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior. Durante a pesca, os botos auxiliam os pescadores ao direcionar os cardumes de peixes para as redes, e, em troca, aproveitam os peixes que escapam.
Uma explicação possível para o tempo em que os animais não apareceram é a poluição. "É tudo muito especulativo nesse momento, mas poluição, tráfico de embarcações, pesca ilegal. Os pescadores indicam que foram fatores que contribuíram para eles saírem dali", conta Machado.
A pesquisa também conta com a participação da comunidade, em que pescadores, surfistas, banhistas e guarda-vidas podem relatar avistamentos de botos. "Se você vir um boto na água, pode nos avisar", convida Machado. Esses relatos ajudam a mapear os deslocamentos dos animais e compreender melhor seu comportamento na região. Os comunicados podem ser enviados através do Instagram do projeto.
Ouça, na íntegra, a entrevista do professor: