O uso medicinal do canabidiol (CBD), liderado pela professora e acupunturista Flávia Rico, coordenadora do Centro Municipal de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, destaca a importância de se superar preconceitos em relação à planta Cannabis. Flávia enfatiza que o objetivo é a saúde e que há diferenças claras entre o uso terapêutico e o recreativo da planta, que contém mais de 400 compostos com propriedades distintas.
Flávia explica que o canabidiol e o THC, principais compostos da Cannabis, possuem aplicações terapêuticas valiosas, como no tratamento de fibromialgia, epilepsia e sintomas de quimioterapia. Ela reforça que o THC, apesar do estigma, tem potencial terapêutico significativo quando usado em doses controladas e devidamente prescritas. A personalização das doses é fundamental, exigindo acompanhamento médico qualificado.
Confira a entrevista na íntegra:
Além de sua dedicação à pesquisa, Flávia compartilhou sua experiência pessoal como sobrevivente de câncer, quando encontrou no CBD alívio para dores e náuseas. “Essa experiência me motiva. Passei por isso e vejo, todos os dias, pacientes que podem ser ajudados”, afirmou. Ela também apontou a necessidade de tornar os medicamentos acessíveis pelo SUS, já que os custos altos, que variam de R$ 300 a R$ 3.000 mensais, dificultam o acesso para muitas pessoas.
A crescente demanda por medicamentos à base de Cannabis no Brasil reflete a eficácia comprovada em diversas condições de saúde. Flávia defende que a disseminação de informações corretas é essencial para desconstruir preconceitos e ampliar o acesso ao tratamento. "Com conhecimento, quebramos barreiras e avançamos. A regulamentação precisa ser uma prioridade", concluiu.