No início de fevereiro tomou posse no Conselho Federal da OAB Nacional a única representante de Santa Catarina fora da capital. A doutora Andréia Dota Vieira, de Criciúma, foi empossada no auditório do STJ em Brasília, durante a cerimônia de recondução do presidente Beto Simonetti.
Ao Programa Adelor Lessa, a advogada falou sobre o Conselho. "O Conselho Federal é o órgão máximo da estrutura da OAB. Então, o Conselho Federal está para a OAB como o STF está para os tribunais. Ele é formado por seis advogados indicados pelas 27 seccionais. São 27 diretores estaduais que indicam seis representantes do seu Estado. Quando temos votação na seccional do Estado, os candidatos que estão concorrendo na seccional indicam seis advogados para estarem com eles e serem, em seu nome, indicados caso eles venham a vencer o pleito na seccional. Então, o Juliano Mandelli, que foi o vencedor do pleito da seccional em Santa Catarina, escolheu seis nomes, obviamente através de consenso e graças à nossa base aqui na subseção de Criciúma, o Juliano Mandelli escolheu cinco da capital e eu, a única do interior", explica.
Andréia fez um apanhado geral sobre o atual momento da advocacia. "Nós estamos com os tribunais em pleno ataque à advocacia, o que não é novidade, mas estamos num momento muito, muito difícil. Porque nós estamos com o Brasil polarizado, os tribunais, não todos, mas a gente percebe algumas situações também polarizadas. Então, o que a advocacia como um todo, no Brasil, entendeu? Vamos nos unir. É um momento de união para que a gente tenha mais forças para lutar para isso", conta.
A integrante do Conselho Federal citou alguns dos desafios que tem aparecido. "Há uns três, quatro anos, tivemos uma discussão gravíssima, onde os tribunais queriam gravar a conversa dos advogados junto aos seus clientes nos presídios. Olha o absurdo disso. Agora, nós temos uma resolução onde diz que nós, advogados, não temos mais direito à sustentação oral nos tribunais. Que ela tem que ser gravada e, quem sabe, ser ouvida. Isso significa que a sociedade, ao chegar o seu pleito nos tribunais, não terá voz", alerta.
A advogada ainda se posicionou contra medidas que dificultam e restringem sua atividade profissional. "A partir do momento em que a gente ataca o advogado, a gente realmente está atacando a sociedade, de forma indireta. E nós temos que brigar contra isso. Nós temos que brigar", afirma.
Ouça na íntegra a entrevista da integrante do Conselho Federal da OAB, Andréia Dota Vieira, ao Programa Adelor Lessa na Rádio Som Maior: